Como O Crash Americano Pode Afetar O Humor dos Empreendedores?

O drama ou suspense financeiro gerado pela economia americana, especialmente atrelado à inadimplência do setor imobiliário desperta as mais variadas questões.

A primeira delas refere-se ao dissabor de investimentos bélicos em territórios de conquista impróprios, baseados em informações falsas e superficiais, como no caso do potencial químico iraquiano ou das armas de destruição em massa. Argumentos de respaldo para a guerra caso se confirmassem as denuncias, o que nunca ocorreu.

Outro aprendizado nisto está na revelação clara de que reagir no impulso emocional da indignação gera custos e demandas, o que nem sempre se resolve a curto espaço de tempo. A Bíblia diz: Um abismo conduz a outro. Desta forma, o abismo de uma guerra gerada em circunstâncias questionáveis sob o ponto de vista motivacional ou meramente emocional, faz declinar a economia para um envolvimento que poderíamos chamar de esgoto financeiro, ou seja, dinheiro jogado pelo ralo.

E aqui a maior das lições, o investimento que parecia ser o mais sustentável de todos, ou seja o mercado imobiliário, para onde fugiram os dólares daqueles que pretendiam promover a segurança do seu patrimônio pessoal, foi brutalmente afetado pelo inusitado, pela falta de liquidez, de pagamento, pelo calote dos compradores. O mercado imobiliário estabelece uma certa parceria com a flutuação dos parâmetros financeiros especulativos, que segundo alguns, trata-se de um jogo de ganho fácil. Mas pelo que podemos perceber, de perdas fáceis em tão igual proporção.

Por este motivo, penso que enquanto nos movemos para os setores especulativos e flutuantes da economia, em detrimento aos setores produtivos e empregatícios, nos expomos aos riscos, os mais variados, de um dominó armado para uma potencial queda em progressão geométrica.

Gosto muito da atribuição do Sebrae, porque ao invés de sugerir-nos o ambiente especulativo nas operações econômicas, este órgão desafia-nos ao empreendedorismo, originando pequenas empresas e grandes personalidades gestoras, as quais, aprendem desde cedo que a economia segura gira e compartilha antes de pensar em proteger-se.

Que o humor dos empreendedores brasileiros não se permita contaminar por boatos, especulações e fugas de capital estratégicos, neste jogo financeiro que se revelará nos próximos dias. A economia estável pauta-se nas passadas do corredor de maratona, não do atleta que visualiza apenas os cem metros de uma rápida empreitada.