AS RAVES

Rave em inglês quer dizer delírio, fúria, acesso de cólera.

Muito em moda, maquequeando os americanos, a moçada tupiniquim, desprovida de anseios maiores, desiludida com o mundo sujo, poluído, corrompido, que está sendo-lhes oferecido, prefere viver num mundo muito louco.

O comum nestas festas é ter uma extrema vigilância na portaria do sítio em que acontecem, para que não entrem drogas, que serão vendidas lá dentro.

Como são festas prolongadas de 24 a 126 horas seguidas de loucuras, o consumo de comidas, sucos, e muitas drogas, promovem a fuga, desta realidade marota, onde os palocis dircendo-se dispostos a darfim nos netos da honestidade, nos deixam assustados, inertes, palhaços das perdidas ilusões.

Mas este é o único caminho? O que se espera encontrar lá? Um príncipe extra-viado? Gostosas risadas dos drogados que mal conseguem falar, pois a boca seca grudou-lhes a gengiva e a língua? Drogados, que gesticulam por água, água de coco, cerveja e energéticos, que via de regra são misturados à vodka, causando danos irreparáveis às cabeças tresloucadas dos inseguros .

Disse-me um deles, filho insuspeito de pai cego: "Vocês não faziam nada disto, viviam fugindo dos gorilas a cavalo, para ao final, se transformarem em corruptos-corruptores, como eles”. Não aceitei a carapuça, fazendo a defesa dos que não se deixam enganar e retruquei: "Você está certo num ponto, fomos massa de manobra, para que esta canalha galgasse o poder, mas nunca nos destruímos, porque se o fizéssemos, seríamos tão canalhas como eles e tão covardes como vocês."

Saiu amaldiçoando-me e dizendo: "Estamos botandoprafudê, queiram vocês, ou não!"

Parei para pensar: _ Talvez, com muita probabilidade, não os consertaremos, pois precisam acordar, tirar a espada da cinta e dizer "Independência ou Morte" e não "Independência ao Norte", como disse o humorista. Mas independência a quê? Independência da moderna ação safada, que tenta nos obrigar a mídia, começando pelas poderosas redes de TV, com suas mega-sinas diabólicas, com suas novelas clonadas, como denunciou o Lima Duarte, mas teve que pedir arrêgo.

Ninguém é tão perfeito, que não cometa seus erros, mas assim também é demais. Instituíram a concordância com todos os modos dos verbos roubar, corromper, mentir, locupletar e outros tantos. Até as religiões, como já falei muitas vezes, estão entrando na farra. Tem bispo fazendo escravos, para fingir que sua igreja é a mais-melhó! Tem até quem dê porrada, se falarem que a suanumtacomnada!

Só sei que não temos o direito de fugirmos precisamos oferecer alternativas, explicações, realidade, não ao mundo de fugas em que vivem.

O segredo? _ A rave não faz ser, ser não é ir a rave, na rave finge-se ser, mas o ser não está na rave.

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Márcio Funghi de Salles Barbosa

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