Enfrentar a droga administrando o drama©

Por: Elizabeth Misciasci

A preparação para a vida não é de suma importância é literalmente essencial, mesmo tendo por vocação o ato “agradar e amar” os filhos é necessário estabelecer limites, ensinar valores e sem abusos exagerados de autoridade, mostrar que tudo se inicia com diálogos, sem esse tipo de “lição de casa”, que reflete em cumplicidade e confiabilidade, a probabilidade de ver um futuro fracassado é muito maior. Claro que em toda regra há exceções, no entanto é melhor pecar com sabedoria, do que sofrer e ver um (a) filho (a) renunciar a vida, em virtude do uso de drogas e suas agressivas, impositivas e destrutivas conseqüências.

Acreditando que consumindo drogas estará dentro do modismo que é a grande "onda” às vezes, sem orientação, experiência e em alguns casos até mesmo por vaidade, pessoas desnorteadas, abrem espaços pra atrair platéias... Pois existe a necessidade de ser "o cara" ou "a mina".

Encarnando um personagem, maquiando a personalidade fraca que tenta disfarçar, (e que pode atingir várias faixas etárias, não só os jovens e adolescentes) muitos fazem uso delas, para fugir de si próprio.

Traçar um perfil das razões que possam levar um ser humano a cometer tamanha barbárie com sua vida, a vida de seus familiares e amigo querido é difícil, mais sofrer cruelmente as conseqüências da dependência que rapidamente se adapta no organismo, isso sim é fácil.

Um tempo atrás, entrevistando um usuário de drogas e um ex-dependente químico, conclui que de comum em ambos, existia na fase que antecedia o consumo, a certeza de que aquele tipo de conduta era o que sempre os colocava "pra cima", momento em que as dificuldades passavam a ser coisas do passado...

Em nenhum momento, existia a menor possibilidade de se vislumbrar a míngua, mesmo porque para estes, o acesso ao "avião" (avião é a pessoa que serve de ponte entre o traficante e o usuário) tendo em espécie o suficiente para a compra, era ter os "instrumentos necessários à mão". Vivendo de uma realidade imaginária, relataram que sob os efeitos proporcionados pelas drogas, sempre "antenados" sentiam que possuíam o poder sobre todas as coisas, como se fossem os guardiões das portas do céu e na inadmissível ausência, era impossível controlar uma descompassada irritação. Irritação esta, que transformada em violência, levou muitos aos cárceres e a morte.

Acreditar que sem ofertar prevenção antes que o agente pule em um abismo, pensar que este tipo de problema só acontece com os outros nunca em nossos lares estruturados, ensaiar formas de “fazer vista grossa” ensejando ter se criada imaginação fértil gerada por nossos medos, não admitir que possa estar ocorrendo algo incomum para não enfrentar um drama, ignorar pensando que é apenas uma fase temperamental ruim, patrocinar recompensas para “tapar” culpabilidades, improvisar discursos incoerentes dentro do âmbito vivenciado, enfim, produzir situações acreditando que desnecessário se faz buscar ajuda, que com a fala pretensiosa não se perde a deixa e se muda por si só a destrutiva realidade, é pedir para continuar “perdendo” com a tendência de se ver agravar cada vez mais o que já esta danificado. Tratar um dependente químico, não é disfarçar que seu problema pode ser comparado a um simples resfriado. Lidar com um ser altamente viciado, não é “desafiar” medir força e autoridade para ver quem pode mais. Cuidar de um (a) drogado (a) requer que se esteja sempre acordado, mesmo que este seja alguém que um dia muito lhe amou. Vivenciar com usuário (de qualquer tipo de drogas) é um desafio é conviver e sobreviver com um “estranho” e, por mais difícil que seja aceitar, o problema necessita ser tratado conforme a sua extensão.

Nada é impossível nem irrecuperável, porém, não se pode brincar de ser “Deus” pois quem reage assim, precisa repensar sua visão de mundo.

Dizer não ás drogas, NÃO BASTA!