Sempre Alerta

Sempre Alerta

Há um século esta tem sido a tradicional saudação dos escoteiros.

Criado na Inglaterra, em 1907, por Lord Baden Powell, o escotismo é um movimento educativo complementar, voltado para os jovens, incentivado por adultos. Trata de organizar o natural dinamismo de meninas e meninos em atividades em torno de alguns poucos princípios que, no decorrer dos séculos, surgiram como vetores históricos decisivos – a liberdade, a justiça, a democracia, a solidariedade - sobre os quais se desenvolveu o que de mais nobre caracteriza a civilização ocidental. Hoje, no Brasil, o escotismo congrega cerca de oitenta mil jovens. Em um século de atividades, mais de um milhão de pessoas participaram do movimento em nosso país.

Como despertar na criança cidadã, numa sociedade tecnológica e competitiva, a indispensável autoconfiança nas potencialidades da sua individualidade? O caminho encontrado é simples: dos oito aos vinte e dois anos de idade, organizar e disciplinar a convivência democrática e fraterna, fatores facilmente absorvidos pelas personalidades em formação, abertas para o bem, possibilitando a descoberta de que a pessoa só desenvolve, plenamente, sua natureza se orientado por valores tais como a honra, a paz, a cooperação, a reverência ao Criador.

Convivência que se materializa no contato com a natureza, onde crianças e jovens, orientados por adultos, voluntários e capacitados no método escoteiro, conduzem as atividades de suas pequenas comunidades. O cozinhar, o dormir em barracas, o navegar em pequenas embarcações, o aprendizado dos primeiros socorros, a guarda noturna do acampamento onde a garotada percebe o que é ser responsável pela tranqüilidade dos seus companheiros, a intimidade com a beleza esclarecedora da natureza, são alguns aspectos que fascinam uma geração acostumada a presenciar tudo funcionar com botões e controles remotos. Uma geração que tem na família, cada vez menor e mais fragilizada na sua estrutura, seu único marco de referência de convívio humano. Uma geração que pouco encontra, na escola, este aprendizado com gosto de aventura. É o desenvolvimento pessoal percebido como resultado da interação honesta, não competitiva, com os companheiros do grupo, da tripulação da embarcação. É a convivência comunitária despertando a convicção da necessária solidariedade entre os homens e mulheres, na perspectiva da construção de uma vida justa e feliz. É a consolidação definitiva da coragem e do compromisso de levar consigo, sempre, a preocupação com a promoção do bem do próximo e da pátria.

O escotismo pode colaborar, se devidamente respeitado e incentivado, na construção de um novo momento civilizacional. Colaborar para a recuperação dos ideais maiores que forjaram a história da humanidade, hoje esquecidos ou relegados a uma posição secundária no processo educacional e familiar. Povos sem praticas e crenças morais são povos que avançam na história sem rumo e sem objetivos, perdidos e decadentes.

Eurico de Andrade Neves Borba
Enviado por Eurico de Andrade Neves Borba em 08/04/2008
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