Queria falar com Deus

Abri a janela como tantas vezes, copo de café na mão

Preguiça ainda rolando pelos ossos, o vento acariciando a manhã,

Observei a honestidade de Deus com os pássaros, a natureza, comigo.

Em geral tudo pincelado com frescor. Mas quem ira perscrutar os meus mistérios

Onde o momento envolve certas idéias tênues, os vapores das alvoradas frescas,

A comunhão com a luz do sol que beijava o mundo,tudo parecia irreal.

Passei as mãos sobre meus cabelos brancos, e inalei o perfume transparente do tempo,

O perfil daquela mulher apenas esboçada no tênue véu de minhas imaginações.

Quase que Impassível, e sem querer profanar com movimento brusco a gentil

Atmosfera, que purificava aquele raro momento agora dentro de mim,parei para

Receber os momentos mágicos oferecidos pelos indizíveis anjos de luz

Voltei a minha realidade de simples mortal, aprendi mais naqueles segundos

De observação do que nos anos sem contemplar o céu. Estava contente,tinha acabado de

Transpor a muralha que às vezes oculta tua alma de falar com Deus,mesmo

Com um copo de café nas mãos, olhando o talhe esculpido para o homem.