Homenagem ao General Torres de Melo

Permitam-me compartilhar com os amigos uma lembrança!

À época, com 15 ou 16 anos de idade, submetí-me a uma cirurgia na bexiga, no antigo Hospital Militar, à Rua Jorge Miranda., travessa da Avenida Tiradentes, em São Paulo/Capital.

Durante a internação, meu pai, Alcione Pinheiro de Castro ( à época,Tenente-Coronel, chefe da Segunda Seção do Estado-Maior da Força Pública do Estado de São Paulo) era quem passava as noite comigo naquele hospital. Nesses dias, às 6 horas, em ponto, ouvia-se o "toque" da corneta, anunciando, naquele nosocômio, a chegada do General Torres de Mello, Comandante-Geral daquela Corporação, procurando por meu pai para, juntos, seguirem a várias diligências policiais, inclusive, bairros da periferia, onde visitavam seus soldados e familiares para se inteirarem e, em consequência, tentar ajudá-los em seus diversos problemas, tais como financeiros, médicos e etc.......

Quando meu pai retornava , pedia-lhe que me contasse o dia passado com aquele General, passando a admirá-lo, principalmente, pelo respeito, orgulho e simpatia que papai nutria pelo Gen. Torres de Melo.

Passados 2 anos daquele tempo, ou seja, aos 18, prestei concurso para escriturária no Tribunal Militar Estadual, onde passei a trabalhar com um dos maiores nomes da Magistratura Paulista, Juiz Mozart Andreucci, Presidente daquela Justiça Castrense, à época, sem contar os Doutores Nasser Bussamra, José Alfredo Amaral Gurgel e Coronel Milton Marques de Oliveira.

E, alí também ouvia as histórias atribuídas ao General Torres de Mello, não só relatadas por aqueles Juízes que também o admiravam como, também, de vários praças que haviam passado pelo seu Comando. Só ouvi relatos positivos, emocionados ao se referirem àquele que foi o Comandante-Geral da Força Pública do Estado de São Paulo.

Hoje, aos 47 anos de idade, juíza militar, ví-me na contigência de uma aposentadoria precoce, sendo declarada insana por juízes militares que decidiram que não me adaptava àquela Justiça Castrense, simplesmente porque ousei discordar e não me deixar corromper pelo Sistema vigente.

Confesso que estava entristecida com a decisão absurda daqueles "homens de farda", mas, ao ler o desabafo do General, imediatamente um sorriso veio-me aos lábios porque tive a certeza que meu pai, de onde ele estiver, está orgulhoso de mim, tendo em vista que, em toda a minha vida judicante, procurei seguir os ensinamentos e, principalmente os princípios basilares da honestidade, competência, lealdade e aquela tão comentada generosidade de que era e é possuidor o General Torres de Mello, a quem rendo minhas homenagens singelas, porém sinceras!

Roseane Pinheiro de Castro

Zane
Enviado por Zane em 07/01/2006
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