A  morte  dos jornais

Se na metade do século XX, alguém prevísse para um futuro
não muito distante, a trágica morte dos jornais, no mundo,
por certo que tal indivíduo seria de imediato, rotulado de
louco ou profeta do absurdo.  Mas se tal previsão for levantada agora, em pleno século XXI, sem dúvida poderá
ela merecer, a mais lógica e sensata acolhida se considerarmos o extraordinário avanço da tecnologia digital, de cuja criação, nem a mais brilhante inteligência dos nossos tempos se arriscaria prever a que
cumes de progresso poderá ela alcançar no futuro.

Reportando-nos à um passado nem tão longínquo, podemos
constatar nos mais distintos centros culturais do mundo,
frias estatísticas das vertiginosas quedas  de seus principais jornais, tanto no aspecto de vendas quanto no
quesito econômico, como a acentuada baixa das ações e por
conseqüência as inevitáveis perdas do valor de mercado.
E isto, resulta ainda numa elevada taxa de desemprego  no
setor, entre outros debacles empresariais. Esse declínio
teve início na década de 90 do século XX. Para melhor
ilustrar o assunto, citemos o "The New York Times" que é
um dos mais tradicionais e destacados periódicos dos EUA,
o qual viu suas ações caírem 54%.Queda essa, iniciada em
2004.

Então, a pergunta é: -A que se deve atribuir essa incômoda
crise vivida pelos órgãos de imprensa? E a resposta óbvia
é muito simples; ao surgimento e a velocidade progressiva
da alta tecnologia digital. E por conseqüência a natural
migração do leitor do jornal de papel para o jornal virtual, mesmo estando este último, a subtrair apenas uma
relativa parcela do universo leitoral.

E dizer que nas décadas de 50 e 60 do século passado, era
tal o domínio dos jornais, que alguns deles chegaram a atingir a meta de três tiragens por dia, ou seja; manhã,
tarde e noite. Há que se considerar,por outro lado, serem
naqueles tempos, jornal e rádio, os principais veículos
de comunicação de massa em nosso país.

Recentes estatísticas realizadas nos EUA, apontam uma
decepcionante realidade no que diz respeito ao jovem 
americano, de que ele somente lê um jornal por mês. E que
o assíduo leitor da imprensa escrita, situa-se  na  faixa
dos 55 anos para cima.

A ser confirmada essa trágica previsão pelos empresários
de mídia, de que o velho e fiel companheiro jornal, deverá
desaparecer dentro de aproximadamente 30 anos, é bom que
se comece a estudar e planejar o erguimento do  futuro
Museu do Jornal, com o objetivo de nele perpetuar,  a
majestosa memória de uma era de ouro das comunicações de 
massa, como também oferecer em seu acervo os mais  ricos
subsídios às futuras gerações, no trabalho de pesquisas
de suas teses universitárias de doutorado.


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jray
Enviado por jray em 23/04/2008
Reeditado em 09/06/2009
Código do texto: T958992