"A COBERTURA DE UM CRIME BÁRBARO"

Mais uma vez a mídia e toda a imprensa nela envolvida se transformam num caldeirão, ou num maquiavélico espetáculo preocupado em não somente anunciar os fatos com extrema clareza e competência, mas sim em proporcionar limites de tensão e angústia aos que assistem, ouvem e/ou lêem as informações da pequena Isabella, morta brutalmente em 29 de março. Em um mês de investigação a imprensa nada mais quer do que aumentar a disputa da audiência sobre um caso chocante, bárbaro, sem motivos e altamente deplorável.

As emissoras de tv principalmente, são os grandes vilões desta imensa cobertura que enfoca horas sobre ocorrido, deixando seu telejornal evidenciar muito mais do que realmente acontece nos bastidores do assassinato. Para segurar o telespectador por diversas vezes vimos jornalistas serem totalmente prolixos, não sabem mais o que dizer e ficam lá “hipnotizando” as pessoas com um jeito de ganhar mais pontos no IBOPE.

Onde vamos parar? Pegar de cobaia um assassinato de uma menina e transformá-lo num circo é muito cruel. E as outras meninas que são abusadas e são estupradas em seguida de morte, as filhas seduzidas pelos pais, são tantos crimes que ficam impunes e a imprensa não dá destaque. Porque não recebem o mínimo de respeito também, será que é por serem de classe baixa; esse caso de a família Nardoni ter dinheiro, são de classe media/alta e por isso ganha-se a verdadeira importância para a mídia, não pode ser levado em questão.

É obvio que ficamos sensibilizados sobre o acontecido, mas não podemos deixar isso remoer. As provas já estão certas? Existem mais? Será que com essas existem meios para se condenar o pai e a madrasta? Levando ao júri popular, com essas provas eles poderiam até serem julgados inocentes, por falta de provas “concretas”? Essas são as perguntas que a sociedade faz, mas só necessitamos de justiça, mas com o percalço da imprensa e todos os órgãos do meio de comunicação sufocando tudo e todos, pode ser difícil descobrir a verdade sobre o assunto, mesmo que ela já esteja praticamente solucionada.