AMAZÔNIA : DEIXEM-NA LIVRE PARA A VIDA!

Senhoras e Senhores, assinei recentemente um manifesto dos artistas que está circulando na internet. Assinei-o, com minha alma indignada, com meu coração pesado e minhas mãos vazias, mas ainda assim, assinei -o com fé e uma esparsa esperança, certo de que a única coisa a fazer pelo futuro da Amazônia é lutar. Para aqueles que queiram assiná-lo o site é www.amazoniaparasempe.com.br

Depois de ler e refletir sobre mais esta iniciativa, pensei em deixar aqui minhas reflexões e opinião sobre tão momentoso tema, que tanto, tem preocupado as pessoas, que amam a natureza.

Começo por dizer que a Amazônia, não é só nossa. Ela é um bem da humanidade toda, tanto da humanidade presente , como, principalmente da futura. Tudo bem, ela está inserida, no nosso território e legalmente pertence ao Brasil e nunca ninguém a tirará de nós, a não ser nós mesmos. Isto contudo, nós dá, a nós brasileiros, o direito inalienável e a responsabilidade de gerenciá-la, de preservá-la, de mantê-la na sua exuberância e grandeza. Sim a nós brasileiros, este país imberbe e tropical, cheio de contradições e disparidades e de consciência tão pouca, principalmente ambiental.

A amazônia é uma questão de honra para nós e cuidar dela, mais que obrigação, deveria ser um motivo de orgulho e será, mas ao mesmo tempo é uma responsabilidade sem precedentes na história não apenas deste país, mas de toda a humanidade, mesmo porque este é apenas mais um, dos muitos desafios, que este país tem pela frente.

Sob os nossos ombros, recai , agora o dilema kafkiano de crescer o e desenvolver este país e ao mesmo tempo preservar um bem que estende seus benefícios muito além de nossas fronteiras e cuja complexidade e gigantismo parece um desafio atordoante e incompreensível para os pobres homens públicos deste país.

- Afinal qual povo do mundo teve esta responsabilidade no passado e não tenha falhado em cumpri-la? Onde estão as florestas européias? Onde estão as florestas americanas? Onde estão as florestas chinesas? Tudo foi devastado. Falharam na missão de protegê-las ou nunca quiseram protegê-las?

Os homens públicos brasileiros, bem o sabemos, tem sido superficiais em suas preocupações com as causas ambientais. Muitos ainda acham que a causa é super estimada e considerada, como preocupações de grupos exóticos que, como os poetas, sempre protestaram às margens da estrada do progresso humano como faz o Green Peace, só para citar uma destas organizações que tem se preocupado com o problema.

O fato é que nossos homens públicos em geral, tem sido omissos e se curvado aos interesses econômicos e nunca elevaram o problema ambiental da Amazônia ao nível de exigência, necessário para uma reflexão séria que busque soluções de equilíbrio e de longo prazo. Infelizmente, isto não é privilégio de nossos políticos somente. Olhando a estória, vemos que o mesmo se passou com os homens públicos dos países desenvolvidos quando estes tinham florestas. As florestas sucumbiram e o interesse econômico prevaleceu, como de resto, prevaleceram os interesses econômicos de todos estes povos, hoje sem florestas.

Partem exatamente deles, hoje, as vozes aflitas e críticas do nosso descaso à natureza da Amazônia.

O dilema que se coloca é claro:

- Ë possível uma região grande, maior que quase todos os países europeus, inóspita e pura como a Amazônia ser desenvolvida e gerar benefícios para uma população desprovida de consciência, crescente, faminta , sem escrúpulos, e ao mesmo tempo preservar os seus recursos naturais, cujo equilíbrio parece tão frágil?

Seria possível desenvolver políticas ambientais para esta finalidade, equilibrando os interesses conflitantes do homem da cidade e os da floresta? Tenho minhas dúvidas e sérias. Para ser franco, não creio que isto seja possivel.

A história da humanidade tem sido pontilhada pela destruição em prol do acúmulo de riquezas e do bem estar dos seus povos. Os direitos do homem à sustencão da vida, a busca da riqueza, a luta pela sobrevivência e o progresso tem falado mais alto. A natureza que se acomode!! E olha, que ela tem se acomodado, mas até quando?

O número alarmante do desmatamento atual de 17 milhões de quilômetros quadrados nos últimos três anos apenas, equivalente a meia Holanda. Sendo que 16% da mata total já foi devastada, o que equivale ao território de duas Alemanhas e meia, mostra de forma insofismável, que temos falhado em nossa missão de proteger a nossa floresta. O pior, fizemos isto tudo, sem que a população local, tenha aumentado seu nível de renda e sua qualidade de vida.

Que diabos, andamos fazendo com nossa floresta?? Que tipo de política temos implantado lá? Neste ritmo, quanto tempo mais, resistirá, a magistral floresta? Afinal, o que deseja, os que queimam suas vestes verdes e vendem suas madeiras e ocupam suas terras? Plantar capim e criar bois, cobrir seus campos com arroz ou soja., enfim fazer uma ocupação de solo tão nobremente coberto, de riquezas naturais por milhares de anos, com produções medíocres e sub-utilização da terra? Já não temos áreas de sobra, para este fim nestes confins do planalto central? Nas grandes áreas do cerrado, nos campos goianos, no planalto central do Mato Grosso? Não ocupamos nem metade de nossas áreas abertas e produtivas no país, com plantações de cereais. Pois lhes digo : Ocupem-nas e deixem a floresta em paz!

Temos saída ! A saída, senhoras e senhores, tendo em vista, a precariedade intelectual e a formação moral de nossos políticos e o desenho pífio das políticas ambientais além do poder ineficaz do controle fiscalizatório neste país, não está, nem nunca estará na forma da exploração mais adequada, qualquer que seja, mas simplesmente na preservação. Preservar nunca explorar. Porque mata e interesse econômico, não ocupam o mesmo espaço, são excludentes por natureza.

Eu explico :

- A floresta é um bem econômico inestimável, como sabemos, não só do ponto de vista de suas árvores tão cobiçadas pelos madereiros, como também de seus minérios cujos interesses são camuflados pelas grandes potências e principalmente pela sua bio diversidade tão desejada pela bioquímica mundial. Porém o valor da floresta superlativo a todos está nela mesma. Esta vastidão de esmeralda verde, de mais de cinco milhões de quilômetros quadrados, que por obra e graça da natureza, se tornou um pulmão do mundo, graças a um colchão de compensações térmicas, formadas pelo equilibrio impecável, que distribuem o calor e respondem pelo ciclo das chuvas , dando condições de equilíbrio para manutenção da umidade, regulando a temperatura, não somente do Brasil, mas do próprio planeta.

Não se iludam! A opção econômica viável da Amazônia é preservá-la como tal, intacta e virgem.

Por ser um bem inestimável da humanidade, portanto deve ela, a humanidade, pagar por isso e bem. O custo da desocupação e da preservação, terá de ser, compensado, pelo pagamento de bônus por quilômetro quadrado de área preservada, pelos países sem florestas e conseguinte, poluidores.

Assim, cada país teria que assumir um determinado número de qulômetros quadrados e pagar por isso, em dinheiro, sem que isso lhes dê quaisquer direito a à ingerência na área ou na administração da floresta, cuja autonomia é inegociável, por estar plantada nas terras internas do Brasil e de mais ninguém. Os outros países, apenas pagariam, para que a floresta fôsse preservada. O dinheiro? Claro que isto é matéria explosiva no país dos politicos espertalhões e macunaímicos, porém, deveria ser administrado pelo nosso país, com prestação de contas a organismos internacionais e seria utilizado em políticas públicas para assentar familias em áreas fora da floresta e criar condições economicas para o desenvolvimento humano dos pobres e desassistidos deste país, que não são poucos.

SIM, eles deveriam pagar taxas para que mantenhamos a floresta o mais intacta possível. A única ocupação econômica, possível e autorizada, para preservá-la, seria algum tipo de extrativismo vegetal e do coletivismo. Nada mais!!

Portanto, devolvam já a floresta aos índios que tão bem souberam preservá-la ao longo do tempo. Deixem nelas, os que a respeitam e tão bem souberam conservar sua grandeza.

Botem o exército para impedir que expulhadores de toda ordem, aticem fogo nas suas matas. Que madeireiros inescrupulosos parem de derrubar as árvores centenárias, que a Interpol e CIA prendam os grupos de covardes Europeus ,Japoneses ou outros, que alimentam o contrabando de madeiras do noss país. Que a policia federal fiscalize para que não roubem nossas bio-diversidade em nome da pesquisa científica. Vamos fazer nós, brasileiros, as pesquisas, com o dinheiro que viria deles, para o bem de toda humanidade e que a tecnologia desenvolvida, ajude a preservar a floresta.

A floresta é nossa, porém temos que utilizar seu potencial em prol do nosso país e do mundo. Quanto o governo atual tem investido para explorar o potencial medicinal de nossas plantas amazônicas?

Gritem a todos pulmões para defendê-la. Enxotem o boi da Amazônia e já ! Enxotem os madeireiros! Enxotem os exploradores rurais e sua falta de consciência ambiental conhecida e brutal! Enxotem os garimpeiros poluidores ! Enxotem as multinacionais químicas e seus tentáculos devoradores de nossa bio-diversidade em nome da ciência. Vamos provar que podemos sim cuidar da natureza, da floresta de forma inequívoca e responsável. Preservando-a o mais que pudermos para o bem da humanidade presente e futura.

Vamos fazer isso com o dinheiro dos europeus, Americanos, Chineses, Japoneses que devem comprar o benefício que a floresta lhes conferem. Pois eles construíram suas potencias econômicas e suas riquezas ao custo de agredirem continuadamente a natureza para acumular poder e prosperidade e se transformaram em povos tristemente sem floresta.

Viva a AMAZÔNIA livre dos predadores , dos malditos e medíocres!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 19/05/2008
Reeditado em 11/09/2009
Código do texto: T996330
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