Eu vou abandonar a pena
Há deixo minha velha cadeira e escrivaninha
A vela e o tinteiro, meu velho jarro e o copo onde estão
Não mais tocarei em uma folha de papel ou traço uma linha
Nem prosas, nem versos, nem carta muito menos um soneto
Esta é a ultima vez que debulho lágrimas
...e que permito verter em sangue
Nunca mais, jamais, falarei versos ou toarei uma melodia
Meu adeus para você poesias, que foi minha alegria
Despeço-me de você hoje com este adeus
Entrego minha vida e alma ao léu
E sucumbo diante de você agonia
Que os olhos não vejam; ouvidos não ouçam;
...peito não sinta corpo não inale ou exale
Que os ventos de outono me levem
...que as águas de março me carreguem
Inerte na morte que eu seja e como em calabouços esteja
Cerro por vez meus lábios e que se faça tumulo meu ser.