Mudando de vida...

Publicado por: Aimberê Engel Macedo
Data: 01/05/2009

Créditos

Autor e Intérprete: Aimberê Engel Macedo
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.

Mudando de vida.../com áudio

A porta batera atrás de si, violentamente. Ele desceu a escadaria, calmamente, pensando na raiva que aquela bela mulher demonstrara ao saber de outros amores que circulavam pela sua vida -quase sem problemas- até aquele momento. Descoberto, assumiu, sem arranjar nenhuma desculpa; demonstrando com isso algum arrependimento.

Dessa vez ele havia tomado a decisão de acabar, definitivamente, com aquele tipo de vida, que, apesar de lhe trazer muitos prazeres para o corpo, alimentando também o seu ego; trazia-lhe muitos desgastes, pois, afinal, não era nada agradável ficar inventando mil e uma desculpas, e todas, absolutamente todas, precisando de uma urdidura muito coerente, para que fizesse todo o sentido do mundo. Era necessário um permanente desgaste da massa cinzenta, para não ser pego na contramão de alguma inocente mentira, pregada anteriormente.

Parado no meio fio, esperando o semáforo abrir, viu uma loura espetacular ao seu lado, que o olhava, disfarçadamente, como só as mulheres sabem fazer; despertando, outra vez, aquele desejo irrefreável de conquistar a belezura, enchê-la de beijos e abraços e se perder, novamente, nesse mundo dos prazeres carnais.

Percebeu então que não estava preparado para essa "mudança de vida", que, talvez pudesse acontecer um pouco mais tarde; ou talvez, quem sabe, jamais...A carne é fraca, mas a sua era de uma fraqueza especial, impossível de ser corrigida em pouco tempo. Era preferível continuar usando a sua massa cinzenta...

Mudar de vida é amedrontador, seja lá qual for a mudança que se pretenda fazer. Apesar das mudanças acontecerem a todo o momento em nossa curta existência, resistimos a elas, com unhas e dentes, tentando preservar até mesmo as coisas que já morreram, e, acabamos por nos transformar no cemitério de nossos apegos...

Aimberê Engel Macedo
Enviado por Aimberê Engel Macedo em 30/04/2009
Reeditado em 01/05/2009
Código do texto: T1568409
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