A solução do seu problema

A solução do seu problema
 

     Não é nenhuma novidade, contudo, nunca é demais relembrar que os dilemas desta vida se enfrentam com coragem para mudar o que pode ser mudado, serenidade para aceitar o que não se pode mudar e, obviamente, sabedoria para poder distinguir uma coisa da outra.


     Se é certo que nossa imperfeição humana nos impede de alcançar uma sabedoria plena e absoluta, também é certo que nada justifica que não tentemos alcançá-la o tanto quanto nos seja possível. O sábio não é, necessariamente, aquele que sabe muito sobre muitas coisas, mas sim, aquele que tem discernimento para agir com equilíbrio diante das circunstâncias. Ou seja, todo conhecimento é uma ferramenta importante, mas a capacidade de realizar o necessário com os recursos disponíveis é que se mostra indispensável.  


     E a sabedoria, antes de mais nada, é um ato de equilíbrio. O bom o e o ruim em nós mesmos, quase sempre, independe somente de nossas características pessoais, mas decorre, também, da dosagem com que elas se manifestam.


     O que é ser corajoso? Nunca ter medo? Nunca retroceder? Nunca desistir? Ora, a audácia levada ao extremo acaba sendo uma total imprevidência cujas conseqüências podem ser danosas, às vezes. Voltar atrás, em certos momentos, é o melhor dos movimentos diante de erradas escolhas. Além disso, a linha que divide os limites entre a persistência e a teimosia é ultrapassada, muitas vezes, sem que o notemos. Ou seja, tudo é uma questão de equilíbrio nas atitudes.


     E o que representa estar sereno? Jamais se deixar perturbar por nada? Convenhamos que há circunstâncias que pedem uma reação rápida; outras pedem uma reação enérgica. Quem nunca se alarma, não identifica as emergências ficando inerte, impassível diante do que é urgente e inadiável. Quem nunca se abala diante de um choque – seja ele pequeno ou grande – acaba se tornando duro e insensível na defesa de seus interesses ou os de quem esteja à sua volta. Mais uma vez, é uma questão de equilíbrio nas atitudes.


     Em resumo, viver é uma jornada cheia de armadilhas, porque estamos a todo tempo assumindo riscos e diante das eternas dúvidas entre o sim e o não, entre o bem e o mal, entre o certo e o errado. Nesse ponto, melhor que cada um busque algum padrão ético que possa conduzir seu livre arbítrio. Alguns encontram isso em sua fé religiosa; outros encontram isso na filosofia; porém muitos, infelizmente, vivem ao sabor de seus interesses pessoais e somente fazem suas escolhas conforme mesquinhas conveniências.


     Ainda, não se pode esquecer que toda e qualquer miséria humana decorre de uma equação muito simples que é a diferença entre o que se quer e o que se tem. Quando o que se quer é algo realmente necessário, perseguir isso como objetivo é algo que deve estar no topo das prioridades e, a despeito de não haver certeza de vitória, é uma luta que sempre vale a pena. Quando o que se quer é somente fruto de algum desejo, é bom que se tenha cautela para que a busca pela conquista de um sonho não se transforme numa neurose pela satisfação de algum capricho.


     Resta diferenciar entre o sonho e a fantasia. O sonho é uma realidade plausível que pode e deve ser perseguida. A fantasia é um devaneio que teima em cogitar como hipótese algo que não tem lugar no mundo real.


     Afinal, onde estará a solução do seu problema? O primeiro passo é identificar qual é o problema. Quase sempre, diante dos impasses, não notamos que a falta de respostas é porque estamos fazendo a pergunta errada. A segunda etapa é dedicar todo empenho no ânimo interno e na atitude externa para pensar em soluções e não no problema em si, porque isso só gera preocupação e desgosto. Por fim, é importante agir! Há um momento para identificar os embaraços, outro para cogitar possíveis formas de transpô-los e um outro, enfim, que é de colocar em prática alguma atitude.


     Não há garantias de sucesso! Contudo, é bom que se enfrente o quanto o antes aquilo que nos assombra. Em boa parte das vezes, o resultado é positivo. Se não, é muito mais fácil assimilar um final horroroso do que viver num horror sem fim.