Quem sabe, minha pequena,
Se esta nova cantilena
Não é uma velha cantiga?
Quem sabe se esta afeição
Não é a mesma canção
De uma história mais antiga?
Pois esta agonia no peito,
Que se mostra, deste jeito,
Como paixão nova e viçosa,
Tem um "quê" de visceral,
Tem algo de ancestral,
Nesta estrada tortuosa.
Este amor, que é intenso
E este desejo imenso,
De mim, de você e por nós,
Também deixam perceber
Que a causa deste querer
Emudece a nossa voz.
Há algo de transgressão,
Nesta indizível sensação
De nos querermos assim.
Seu corpo, seu jeito, sua fala...
E o que me faz mais amá-la:
O desejo "do eu pelo mim"...