Gente chorando, olhando a berlinda.
Gente na corda sofrendo com fé
Povo passando alegre, cantando:
Senhora de Nazaré!
Manhã de domingo de outubro
É gente é mais que milhão
Romeiros, Belém, pé no chão
É cobra, é rio, é procissão.
Pecador, caminho de fé
É papel picado, são fogos balões.
É Círio de Nazaré
Caminha lenta a multidão
Cabeças de gente, de casas, de cruz.
São frutas tijolos lembrando Jesus
Caboclo chegando lá do interior
Com tanta promessa é bom pagador
De cera são círios, são pés, braços, mãos.
São barcos, bonecos mostrando o artesão.
A corda, a berlinda, e o povo
Descalço, pedindo perdão.