No velocímetro de um relâmpago, e cálido,
eu poria os meus lábios secos nos teus lábios
(neles todos, nos quatro, entretanto, nos de baixo,
essa aterrissagem seria decerto a mais demorada,
por entre as tuas pernas no corredor desta agonia
de uma manhã alumínio que antes já foi alizarina;
ela avança sobre os miolos das vísceras da nova
ferrugem pêssego da nuvem disforme da aurora
e das mil onomatopeias chulas daquela pólvora
que acendia no córrego inundado da tua grota),
todavia, às onze ou meio-dia o bafo da tarde irradia
o veneno de quem come do cadáver da minha poesia.