Teatro da saudade

Publicado por: Italo Jaster
Data: 15/07/2021
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Créditos

Texto: "Teatro da saudade" Autoria - Italo Jaster Voz: Luís Fernando Delfino dos Santos Produção do texto: Januária - MG Produção da voz: São Paulo - SP Agradecimentos: Obrigado à todos os ouvintes e principalmente ao Fernando por se dispor à gravar essa maravilhosa leitura para nós. Espero que desfrutem intimamente os sentimentos passados aqui!

Teatro da saudade

Ai saudade! Como você é tenaz!

Sim! Empenha-se a me perseguir.

Então me diga: por que me prega essa peça?

Do meu palco retiraste minhas estrelas.

Os generais que comigo marchavam,

Se foram, evadiram do roteiro.

Saudade, tu tens sido implacável!

Meu acampamento foi desolado; meu escudo pesa.

Minha espada, ao chão dorme embainhada.

Me sinto fraco; a luz abandonou minha estrada.

Ó saudade! Seu calor ainda me conforta;

Primeiro trazes o frio, depois a esperança.

Alegrei-me com a tua promessa:

Rever minhas estrelas, ao final da peça.

E você me diz para não esquecer;

Para sem medo aguardar.

Quanto a mim, aguentarei esperar?

Agora, ó esperança! Seguirei seu roteiro.

Levantarei meu escudo, empunharei minha espada.

Vencerei e ecoarei meu brado.

E no fim, comprovarei sua palavra:

Meus queridos ao meu lado!

Meus irmãos são como grandes árvores à florescer;

E na minha esperança, colherei suas flores;

E ramificarei, tão frondoso como eles.

Obrigado saudade! Obrigado esperança!

Por ser meu sol e minha lua;

Por expandir minha visão, para que eu enxergue;

E com esses olhos singelos;

Nunca perca suas passadas;

E a linha de chegada!

Escrevo essa pequena dedicatória para aqueles que lutaram a grande batalha da vida e venceram. Com certeza alegro me por sua vitória. Mesmo assim, nossos sentimentos reais ao perder alguém querido são intensos e pesados.

Pela lembrança, conforto meu coração. Nessas lembranças, um filme mental traz seus sorrisos (e muitas, muitas gargalhadas), suas reclamações, “seus puxões de orelha”, os gritos seguidos de calmaria... Vejo os cochilos e as “pescadas” em sono. Nesse momento, sorrio. Vejo seu amor, carinho, preocupação e hospitalidade, aliás, “não havia barriga triste em sua morada”.

Com muito orgulho carregarei seus ensinamentos, e suas passadas se tornarão guia para o meu caminho.

Acredito em uma coisa: “Nas perdas, em cacos fica o nosso coração, mas cada caco traz consigo as memórias de um outro completo coração!”

Agradeço a Deus por cruzar nossos caminhos. Nunca mais serei o mesmo e nunca estarei só. A história de vida deles, se tornou o mapa do meu tesouro.

No fim, eles vivem! Vivem em cada mente e coração, ao qual deixaram sua marca registrada. Viverão para sempre conosco e também na memória do nosso criador, pois quando fecham-se as cortinas, no final do grande ato, todos os artistas se encontram, e riem, e se abraçam...

O final de toda boa história, é sempre um final feliz!