Farol

FAROL

Não queira, na tempestade,

Ser reboque de barco perdido.

Que resplandeça, porém, sua luz

Pra farol pros desvalidos.

E se ninguém o atol atingir,

Ainda sim, deixe a luz acesa.

Há interesse sob a profundeza,

Há tempo certo pra emergir.

Ah! Mundo cão de ilusão!

Não posso pegar pela gola

O meu irmão que se afoga,

Pois ainda não sei nadar.

Reservo pão e oração,

Fico aqui sobre a rocha,

Mantendo quente a tocha

Para aquele que chegar.

(Brasília, 29 de outubro de 2016)