Poeta em Solidão

Poeta em Solidão

Quando o sol varre a lua

Pra longe do firmamento

Sonho ver passar na rua

Acabando meu tormento

Essa senhora doce singela

Que ontem na lua sorria

Quando eu na madrugada

Com meu corpo lhe vestia

Ainda sinto o seu cheiro

Impregnado em meu peito

Desse encontro derradeiro

Meio encabulada sem jeito

Me deixou bem magoado

Deixando dito pra mim

Nosso amor é um pecado

Tudo isso tem que ter fim

O amor é um carrasco

Que me fere o coração

Me atira dum penhasco

Da mais alta solidão

Fosse eu bravo guerreiro

Lhe roubava do marido

Para ser seu companheiro

Seu amante mais querido

Mais sou um pobre poeta

Me veste a doce ilusão

Como o céu veste a noite

Com o manto da escuridão

Visto esse meu lindo sonho

Com as cores da paixão

Com sua imagem componho

Faço versos em contrição