conto erótico 111

Publicado por: Francisco Coimbra
Data: 10/07/2007

Créditos

voz, texto e improvisação: FC

conto erótico 111

Em plena rua, numa esplanada frente ao mar, a beleza da sentir volta-me a falar... Tapou-me os olhos e sua voz fez vibrar o meu tímpano até agitar tudo criando ondas num lago, senti-me por dentro gago e não consegui sequer sê-lo, fiquei mudo.

Abri o meu caderno, poisado sobre a mesa e escrevi de olhos fechados aspirando o seu perfume, sentindo suas mãos, cabelos, toda a sua proximidade: “estou-te a sentir!” escrevi, na ponta da exclamação desenhei uma pequena espiral.

Eu não sabia quem era e não tinha pressa, ela não tinha pressa. - Não posso tirar as mãos, tens de me dar um nome!?, disse. - Tesão?, respondi. Ela avançou a sua cabeça, senti-a olhar para o meu colo. Eu começava a enraizar, deixando o vegetal de vegetar!... Perguntei: - Vais-me fazer sofrer?

As mesas à volta estavam vazias, mas haviam de estar a olhar para nós... Com intimidade ser_ena pus a mão direita, sou destro, sobre os seus cabelos finos e lisos. Pressionei-a levemente na nuca, sentindo um pescoço fino. Não deixou a cabeça avançar: - Estou a pensar..., pensou alto. - Posso deixar a minha mão na tua nuca? Respondeu: - Nunca digas nunca? E continuei, muito ao de leve, e continuou: - Eu Tesão, tu Teseu? Resposta: - Eu Minotauro, tu Helena?

Tirou as mãos dos meus olhos e olhou-me nos olhos, enquanto se sentou como se a naturalidade fosse o seu natural e eu fosse um nativo com quem vinha dialogar numa língua estranhamente comum. - Já fui tua aluna, disse com a maior das naturalidades. Tentei não arregalar os olhos e consegui, sorri apenas. - Crescer fez-te bem, mesmo se me parece imperdoável ter de confessar não estar lembrado?...

O talo que já estava a ficar entalado na perna da calça, aliviou. Distraímo-nos a conversar, fora aluna, depois mãe, só depois casara, separara-se e a filha já podia ser minha aluna se não tivesse ido para a universidade fora. - Um professor deve sempre aprender com os alunos, saiu-me esta frase... Não caiu mal, estávamos naqueles dias em que tudo corre bem. O final da história só podia ser feliz, fomos passear.

Não acabei, primeiro ainda vamos pensar os dois que idade teria ela e pouco importa. Temos de encontrar um premeio de 18 a 20 anos, desde os meus 20 e...? E professor de quê? Expressão Dramática, ficaria bem e não ficaria mal... para esta prática da representação! É o problema das histórias, para serem perfeitas têm de ser nossas e nelas nos revermos, nem que seja como o(s) seu(s) autor(es).

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Francisco Coimbra
Enviado por Francisco Coimbra em 19/04/2005
Reeditado em 19/04/2005
Código do texto: T12095
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