Serra do Cabral

Publicado por: Mestre Tinga das Gerais
Data: 26/02/2019
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Créditos

Como é gostoso O aroma lá da Serra Ninguém vive im pé-de-guerra Todo mundo é filiz! De manhãzinha A gente corre pu riacho Passa pu mansos regato E vê a vida aconticê... Lá na Serra Brincadêra de criança É uma fonte de isperança E nun se vê o tempo passá... AH! Que sodade! De Maria e Mariana Morenas tropicana Que abalô meu coração! No mêis de junho A fuguêra de São João Aquicia o arraiá E o povo im oração. A mininada na brincadêra de roda Os mais véio e a viola A canturia e
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Serra do Cabral

Como é gostoso

O aroma lá da Serra

Ninguém vive im pé-de-guerra

Todo mundo é filiz!

De manhãzinha

A gente corre pu riacho

Passa pu mansos regato

E vê a vida aconticê...

Lá na Serra

Brincadêra de criança

É uma fonte de isperança

E nun se vê o tempo passá...

AH! Que sodade!

De Maria e Mariana

Morenas tropicana

Que abalô meu coração!

No mêis de junho

A fuguêra de São João

Aquicia o arraiá

E o povo im oração.

A mininada na brincadêra de roda

Os mais véio e a viola

A canturia era linda

Na maió animação.

Ôvia os causo do Seu João Pereira

Ele naquela carmaria

Falano das caçada

E daquelas magia

Dizia da Pedrêra Currale Véio

Falava sem dá nó

Da pedrêra do João Perêra

E tamém do Imbé, o cipó.

Num se esquecia do Mandacaru

Nem do Capim Meloso

Comida que o Mocó

Ficava todo garboso.

Lá na Serra

A pedra em laje ressoa

A água faz dela um tambore

Um mistéro que ecoa.

Lá do Córgo da Lágrima

A água cristalina

Pra mode saciá a sede

Era uma obra Divina...

Aquilo era um colosso

O sorriso matuto broitano

E ali a estóra

À minha álima lavano.

O amanhicê seu moço

É de fazê arripiá

O canto da juriti

Faz a gente imocioná.

A passarada entra im festa

O sertão se agita

A bicharada se cumunica

Ao vê o dia clariá.

Lá na Serra é um paraíso

Onde perco o juízo

Meus encanto me acarma

E num me isqueço de lá...

Nas paioça

O povo todo animado

Cum a vela na mão

E a família a rezar...

De madrugada

Raposa, onça e tamanduá

Pela manhã as pegada tímida

Do lobo-guará...

Que sodade da Serra!

Dos amore

Dos licore

Das quitandas da mamãe...

Das folias de Reis

Do reisado

Das Catira

E do Lundu...

Sodade da viola

Que o Seu Zeca tocava

Meu coração transbordava

Quando ela pontiava...

Ah!Que sodade da Dona Teresa

E do seu fraguin cum tutu

Do mio verde granano

Pra mode fazê o angu.

Papai saia pra caçá

E trazia o campeiro

E ao lado o Trabuco

O belo cão pirdiguêro.

Eu chego inté sonhá com a Serra!

Eu vô dexá tudo de lado

Arrumá minhas mala

Sair bem calado...

Meu coração se inquieta

A imoção eu meu calo

Quero matá a minha sodade

No lombo do meu cavalo.

Quero chegá na chapada

E naquela velha porteira

Vê mamãe, papai, meus irmão

Num importa choradêra...

Quero abraçá os meus véio

Bem longe da capitale

E eu sei o que é chorar

Pelo meu torrão natale.

Pra mim é uma eternidade

Eu vô contano as zora

Mais eu vorto filiz da vida

Pra a Serra do Cabrale!

Inté!

Mestre Tinga das Gerais
Enviado por Mestre Tinga das Gerais em 18/02/2009
Reeditado em 26/02/2019
Código do texto: T1445331
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