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Ao  ZECA BALERO, fonte desta inspiração, as minhas desculpas pela ousadia de nos seus versos navegar.
Mas continuo com vontade de lhe dar um beijo de bom dia. 
   




ONTEM, EU ME PASSEI UM TELEGRAMA 
 
Resolvi me raptar da solidão estabelecida entre mim e eu mesma. Meu humor não anda lá essas coisas. Tenho andado tão a flor da pele, par a par com Zeca Balero. Virei um cão sem dono, um cão abandonado. Um vira-lata um pouco desconfiado. Bem no fundo, quase um cão vagabundo. Basta um vem cá, pra eu abanar o rabo e chegar.
 
Tenho andado tão a flor da pele, cheia de vontade de chorar. Na minha fogueira está faltando lenha pra me esquentar. Tenho andado em liberdade, mas sem vontade chegar a algum lugar. Ando mudando de rumo com a maior facilidade.  Os meus pés seguem meu faro e meu faro não anda bom. Não sente cheiro de nada. De nada que eu chamaria de bom.
 
Tenho andado tão a flor da pele, que mesmo no asfalto, ando pisando em falso. Haja disritmia! Até meus versos são seta sem alvo. Versos de um vapor barato. Versos perdidos. Quase bandidos.  Versos sem sorte. Versos baladas tristes, de fazer chorar até o Boi de Haxixe.
 
Tenho andado tão sem pé e cabeça, vivendo de qualquer maneira, sem carinho, sem emoção.  Perdi minhas asas e não sinto o chão.  Tenho andado tão a flor da pele, par a par com Zeca Balero. Pareço um cachorro doido latindo pra lua da sarjeta.
 
Mas ontem, eu me passei um telegrama e me mandei flores. E hoje, acordei de alma lavada. Dei um xô pra “maldição”. Despedi minha solidão, só pra pegar o “velho navio”. Hoje, eu acordei com uma vontade danada de bater na porta do Zeca, só pra lhe dar um beijo e lhe desejar bom dia.