Prisioneiro de Cristo

Prisioneiro de Cristo


 Este falava e falava e cantava errado

Solitário este era, a solidão era a sua companhia.
Da solidão este era escravo
Ele se cala, e quando se calava escrevia certo.
Seria este um louco, um poeta?
Seria o dois, seria um tanto faz?
Visionário profeta não, um homem, comum, simples e da sua
Inspiração em Deus ao seu coração.
Isso sim é ele!
Isso sim o satisfaz!


Deus, as flores, as dores, um amor que se foi;
Mas encontrou um que nele ficou.
O branco neutro, o branco no preto são umas rimas perfeitas.
Dia-a-dia o espírito deste é impassível, mas um ser que acredita e deposita
Tão-somente sua fé no Deus perfeito.
Ele vê a uma dor sendo refeita no seu coração onde este bate no seu peito.
Um pobre menino entre ruas sujas de seus becos.
O menino triste atrás das grades no seu casebre.
Há muitos casebres por entre os becos que se parecem labirintos e que estão empobrecidos.
Dentro desta selva de pedra, onde a caridade não é suficiente, e por estes ares muitos são as maldades.
Centenas de unidades entre milhares destas verdades perdidas.
Meus olhos veem as injustiças, tantos corações bons também a sentem.
Bate coração, bate!
E bateu na minha porta!
- E eu digo quem és?

Sou eu! Um anjo amigo que bem lhe quer!
Eu digo quem és?
 
-Sou eu!
Um anjo do céu ao seu coração bom;
E novidades a ti; a todos vim trazer!
Peça que obedeçam as ordens celestiais divinas!
Largam-te das coisas corriqueiras que há neste mundo tão cruel!

E eu falarei! Sim! E agora estou escrevendo.
Eu sempre amei ao amor do meu Senhor!
Só que há tempos eu vivi largado;
Andando nos braços da iniquidade
Onde caminhei caminhando pela imensidão do seu pecado.
Onde os remédios que me dopavam pelos ares eu joguei.
E eles se dissiparam pelo vento que soprava.
Também sempre estava eu ali na casa do Ari;
Jogando futebol nas quartas-feiras no quintal dos fundos.

Sem Deus, nu, no meio da semana, gritando à toa e rindo "nos" vinho pela nossa rebeldia.
E nós nos chamávamos - "Os senhores vagabundos!”


E... A misericórdia e a graça de Deus é linda, é divina, ela limpa, ela é ímpar...
Ninguém a merecia tanto, mas Deus é três vezes Santo, e ele guarda os humildes muitas das vezes imerecidamente;
Muitas vezes aos olhos dos vizinhos, dos estranhos... Mesmos desacreditados e mancos!
E...

-Eu, o anjo que bateu ao seu coração está feliz e diz que o Senhor teu Deus o te perdoou!
E me despeço por instante!

Por um minuto quase tudo iria se tornar em luto!
E com você?
Da solidão da alma ele foi escravo.
O que saia antes de sua boca as coisas boas não glorificava.
Da solidão da alma foi escravo.
Foi liberto da escravidão do inferno.
Agora este é rico.
Sua alma pela graça é rica.
Uma paz eterna no espírito terás!

Hoje... Hoje ele é um feliz "prisioneiro de Cristo!”


Claudemir Lima - 26/02/2008