São Tantas As Variáveis

Permito-me viver isolado

Ou entregar-me a solidão.

Podendo seguir calado,

Com pensamentos em inanição.

Deixando o olhar distante,

Afastando-me dos critérios.

Largando livros na estante,

Envoltos à poeira do mistério.

Apagaria o brilho da Lua.

Não mais abriria as janelas.

Evitaria sair às ruas,

Portando minha aquarela.

Esconderia todas as cores.

Silenciaria todos os sorrisos.

Trancar-me-ia em altas torres,

Mesmo sem fazer sentido.

Pois

Não faz sentido viver.

Não faz sentido sonhar.

Não faz sentido te perder.

Não faz sentido te ganhar.

Não faz sentido morrer.

Não faz sentido te achar.

Não faz sentido sofrer.

Não faz sentido te amar.

Não faz sentido partir.

Não faz sentido esperar.

Não faz sentido sorrir.

Não faz sentido penar.

Não faz sentido torcer.

Não faz sentido calar.

Não faz sentido te ver,

Se não for pra te abraçar.

Eu vivo angustiado.

Por ti morro de amores.

Eu sofro sempre calado,

Penando em desamores.

Eu morro a cada dia.

Eu vivo enfim por viver.

Parece que desta agonia,

Irei enfim perecer.

Ah como eu queria

Que tu pudesses me ver,

Despertaria minha alegria.

Resgatava-me do sofrer.

Traria sentido à vida.

Traria sentido ao sonhar.

Traria sentido às idas.

Traria o sentido de voltar.

Traria o sentido de sorrir.

Traria o sentindo de falar.

Traria o sentido do por vir.

O sentido de te esperar.

Traria o sentido de desistir.

De desistir de te esquecer.

Traria o sentido de prosseguir,

Persistindo em amar você.

Bastaria um simples toque.

Bastaria um simples olhar,

Mesmo que em desfoque,

Para somente eu notar.

Eu voltaria a viver,

Eu voltaria a sonhar.

Eu deixaria de sofrer,

Na possibilidade de te amar.

#GafanhotoNegro