Desolado

Vidas jogadas ao vento,

Folhas secas ao chão.

Nada me dá contentamento,

Nada mais faz feliz meu coração.

Sonhos escorreram das mãos,

Minha fé desvaneceu.

Rosa seca em seu botão,

Jaz que a mãe terra não a acolheu.

As nascentes já não suspiram.

Os pássaros não fazem revoada.

As luzes em teu ser não me inspiram,

Mas, não deixas-te de ser a pessoa amada.

Perdi meu brilho, o encanto

Não dou bom dia aos vizinhos.

Vivo em eterno pranto.

Pareço um estranho no ninho.

Meus lençóis não tem mais perfume.

A água não tem o mesmo gosto.

Nada está como de costume.

Meus olhos fogem do teu rosto.

Escondo-me por trás da vidraça.

Fujo dos movimentos da rua.

Pareço estar em eterna desgraça,

Por não aceitar saudade sua.