Soneto da Indiferença

Dia a dia eu espero a última tarde
Que me liberte da noite que me trás você
Suspirando vou nas horas
Do teu amor que enclausurou-me o ser.

É dor o riso com sabor de absinto
Que embriaga a alma e lhe trás pertinho
E vejo um turvo e claro firmamento
Por tua batalha de me afastar do pensamento!

Meus olhos vê o sol em tua imagem
Queimando-me o desejo sem juízo
Onde adormeço sob o mármore imortal
Aguardando teu doce beijo para meu final sucumbidol!

No céu relampeando, trovões gritando
Meus olhos firmes, luzentes te aguardando
Do antigo pensamento armado o desejo em fim sepultado, 
Pela indiferença do amado querido!