A MORTE CERTA

A MORTE CERTA

Fui surpreso em plena juventude

com a certa e aparente morte.

A morte certa que não aceita não.

Uns vem sem ser bem recebido.

Outros vão sem querer e viram

ente-querido.

Fétida e intempestiva ceifa os bons

e os de mal com a vida.

Às vezes é chamada.

Outra é desgraçada.

De vez enquanto tem ajuda do diabo.

Até nasce pronto pra decomposição.

Vai e volta com formas cruéis e sutis.

Destrói países e agrada os ambiciosos e imbecis.

A morte? Sei lá se é negra.

De dia também morre.

Outros agonizam e ninguém socorre.

Os vivos e loucos ajudam por prazer.

Prazer de ver sangue escorrer.

Sangue que não corre na veia de quem morre.

Nasce? Nasce e morre? Morre e nasce? Ou só morre?

O NOVO POETA.(W.Marques).