(Imagem: Por-do-sol no Douro, Resende)

                          LAIVOS


Já verdes se fazem as vinhas de esperanças
e não me sei certa que o Outono não tarda...

Tão cedo para vinho,
Tão tarde para sede!...

E ontem ainda
era o tempo futuro,
a terra criança,
o rebento em riso...

Já tarde se faz na tarde que cai
e ainda é fresca a manhã de onde vim.

Tão certa a colheita,
Tão incerta a hora!...

E ainda a seiva é a mesma,
o sangue vermelho,
e no peito uma força
ainda pronta a viver,
                                            
Sempre pronta a morrer...