Quantas horas de vida tem o mundo?
A escorrer sempre contra um universo,
Contra um mundo sem egos, tão perverso,
Que tem um triste olhar, distante e fundo...
Quantas batidas marca este relógio?
Que lamenta em eterno solilóquio
Com os minutos troca seu colóquio
O quanto queria ter segundos de ócio.
O ritmo candente dos tremores,
Dos suspiros finais e das derrotas,
E quando ele anuncia as horas mortas,
Tuas batidas serão somente horrores?