Crónicas do Invisível

Crónicas do Invisível

Tudo começou no escuro,

No centro do mundo;

Não vi o caminho por onde andei,

Nem as flechas onde ceguei,

Caí no abismo por não te ver,

Tropeço em tudo até em meu querer,

Não vi tamanho obstáculo,

Não sei quem atirou o azedume,

Queimei-me e não foi em teu lume,

Como aconteceu não sei,

Vejo os golpes duros e não vi onde me cortei,

Não vi a sina no jornal,

Procurei as pegadas,

E desaparecerem no areal,

Não sei como aqui estou,

Perdi o fato, a glória, o olhar,

E o mundo continua a rodar,

Numa orbita que não vejo,

E a Lua que roda à minha volta,

Não sai da minha janela,

Não sei como faz o feitiço,

Não vejo nada real,

Tudo é fantástico, e postiço!

Nenúfar 12/8/2009