O sal da terra

O sal da terra

Riscado no céu vou deixar a minha prece,

Num dia limpo, onde a mão se enfurece,

E risca a receita do tempero,

O sal da terra, o Sol, o Luar, e o teu dedo,

Que fazem a formula mágica que apaga o meu penar,

E o sonho longo, também é vida, no meu deitar.

O leito vazio é o meu tumulto,

Onde perco a noite afastado de tudo,

Perdido no mundo, que perdeu a graça,

Prisioneiro da loucura, que me amordaça.

Que o tempo passe, nada acontece,

Não faz sentido o desassossego,

Não há herói, nem me derrota o medo,

Deixa-se a raiva espalhada nas linhas do caderno,

Que tudo ouve e silencia,

O confidente da má hora,

A alavanca, do meu dia.

Nenúfar 3/6/2009