SODADE DO MEU LUGÁ!!!

Publicado por: Carlos Aires
Data: 21/10/2009
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Créditos

AUTOR: CARLOS AIRES DECLAMADA POR: CARLOS AIRES ARRANJOS: POETA JOÃO MANOEL DA RÁDIO VIOLA NET CUMARU PE.
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SODADE DO MEU LUGÁ!!! (causo)

SODADE DO MEU LUGÁ!!!

(causo)

Você me ver inspiano, moço!!

Assim pro vasto infinito

Cum os oios marejano

E cum esse jeito insquisito

E qessa cara de choro

É qui o sol pru desaforo

Tá me declarano guerra

Já invadiu minha mente

E troxe pru seu poente

As image do Pe-da-Serra

Quonde ele tava se pondo

Pru dentraz daquela Serra

Grande vremeio redondo

Eu vi ali minha terra

Deu-me uma magua, um disgosto

Qui a lágrima desceu no rosto

Cuma se fosse cascata

E nessa hora silente

Sinti a dô de quem sente

Uma sodade qui mata

Arre qui o momento ingrato

Mi carsou um triste efeito

Sinti as rama do mato

Mi arranhá dento do peito

No fundo do coração

Mi carsando essa afrição

Qui mi dexô disgostôso

Pruque naquela paisage

Eu vi a prefeita image

Do meu lugá, “Frutuoso”

E essas lembrança marditas

Remexeu cum meus abróio

Mostrando o filmi ô a fita

Bem na frente dur meus óio

Tristonho e calado eu fico

Ao vê a Peda do Bico

E a Peda de Zacaria

A casa grande a purtêra

E a Peda de Moreira

Chega mi deu agunia

Vi a casa de Dondom

E o oi’dagua de baxo

Vi o pé, dos inbu bom

O juazêro, o riacho

E essas lembrança ferina

Fez dinovo eu vê Quntina

Torrando café no caco

Vi Zé Zuza e Ontonhe Migué

E vi no terreêro os guiné

Se lamentá qui ta fraco

Vi o currá dos bizerro

E o chiquêro das galinha

E sem tê marge de erro

Um pé de jucá qui tinha

No aceiro do terreêro

Quage entro in disispêro

Quonde vi a baraúna

Onde no rompê da orora

Faziam a trilha sonora

Concriz, campina e craúna

A purtêra do angico

Vi o barrêro do gado

A casa de Mané Chico

A várzea grande, o roçado

Vi o touro e a vaca branca

Eu garrado na chibanca

Suado arrancando tôco

Pra mode fazê caivão

Cunfesso qui essa emoção

Doeu moço, e num foi pouco

Tamém vi Julia lavano

Aigumas rôpas vremelhas

E no oitão ruminano

O carnêro e as uvelhas

E um pouquim mais pra riba

Lá no pé de imbiriba

Tava o jumento amarrado

Cumendo mii e descansano

E assim se prepanano

Mode pegá no pesado

Então moço o sol se pôs

E baxô da noite a curtina

Só mi dei conta depois

E logo vortei a rotina

Tirei o filmi da mente

E tive que seguí in frente

Sem mais nisso imaginá

Porém num vivo contente

E vou sentir eternamente

Sodade do meu lugá!!!!

Carlos Aires 02/10/2009

Carlos Aires
Enviado por Carlos Aires em 02/10/2009
Código do texto: T1843720
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