Refém do Coração

        REFÉM DO CORAÇÃO

Quem sabe, um dia, eu outra vez me renda?
E me disponha a tentar, de novo,
Um novo amor, que não me seja estorvo,
Que não sufoque e que também não prenda?

Quem sabe, um dia, ainda serei feliz?
E ainda volte àquela antiga terra,
em que o amor substitui a guerra
E tenha aquilo que eu sempre quis?

Quem sabe volte essa sonhada paz,
Que quero tanto e que me traz saudade,
E eu não precise nem olhar prá trás?

Quem sabe, um dia, vença a ilusão
De que é possível essa felicidade...
E eu seja, enfim, refém do coração?