MINHAS ORIGENS II

Publicado por: Carlos Aires
Data: 10/03/2010
Classificação de conteúdo: seguro

Créditos

AUTOR: CARLOS AIRES DECLAMADA POR: CARLOS AIRES FUNDO MUSICAL: VIOLEIROS NORDESTINOS
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MINHAS ORIGENS II (COM ÁUDIO)

MINHAS ORIGENS

Seu moço eu sou oriundo

Das entranhas do Agreste

Nesses rincões do Nordeste

Escute o que vou falar

Minha luz é um candeeiro

Meu relógio são os galos

Meus documentos os calos

Que tem nas mãos pra mostrar

O café que vou tomar

É puro e torrado em casa

No fogão de lenha ou brasa

Bem pilado no pilão

Meu açúcar é rapadura

A carne é caça do mato

Ainda é de barro o prato

E o meu talher é a mão

Pra lavar roupa o sabão

É a raspa de juazeiro

Pra varrer casa e terreiro

Usam vassoura de talos

Ouve-se o piar de pássaros

Sonorizando gorjeios

Liberam nossos anseios

Que o coração dá abalos

São João tem os embalos

De um forró Pé-de-Serra

E o povo da minha terra

Fica contente demais

Se o ano for de fartura

Vai ter pamonha e canjica

E a Deus se glorifica

Com preces e rituais

As coisas mais colossais

Que diferem da cidade

É do ar puro a qualidade

Pra sua respiração

E a inocência nata

Que faz as vidas mais belas

Longe das ondas e telas

De rádio e televisão

Quando o sol com seu clarão

Cobre a terra de dourado

Deixa o chão amarelado

Com o esplendor da luz

O camponês se levanta

De mãos postas faz a prece

Olha pro céu e agradece

Ao grande Mestre Jesus

Tudo isso nos induz

A preservar as raízes

Porque lá somos felizes

E ninguém fica indeciso

Que esse lugar tão pacato

Onde a beleza se encerra

Mesmo sendo aqui na terra

Faz parte do paraíso

Em cada rosto um sorriso

De fé e de esperança

Desde a pequena criança

Ao mais antigo idoso

Aqui vivem satisfeitos

Ouvindo o som da cascata

E olhando a lua de prata

Num cenário majestoso

Nesse lugar tão formoso

Nasci cresci e me criei

E até o fim viverei

Na maior felicidade

Bebendo água de pote

Com mel queijo e rapadura

Na vida simples, mas pura

Sem me lembrar da cidade

Digo com sinceridade

Que a vida mansa que levo

Qualquer tristeza eu relevo

De maneira eficiente

Aqui a simplicidade

Sempre nos traz um renovo

É honesto nosso povo

E é pacata nossa gente

Mesmo não sendo parente

Aqui ninguém é estranho

E o prazer é tamanho

Ao chegar uma visita

Recebemos com afago

Só porque temos certeza

Que preservando a pureza

A vida é bem mais bonita

A paisagem descrita

Desse povo tão singelo

Com um viver puro e belo

De uma maneira inconteste

Apreciando as belezas

Existente em nossos campos

Vendo a noite os pirilampos

E sentindo a brisa do leste

É sempre assim meu agreste

Terra boa e gente amiga

Que a seca tanto castiga

De uma maneira constante

Mas a gente não desiste

Pois tendo em Deus confiança

Está sempre na esperança

Que chove a qualquer instante

E essa fé nos garante

Que a vida siga em frente

Pois quem a Deus é temente

Sempre faz uma oração

Aos domingos ir à missa

Tornou-se um compromisso

É devoto de “Padim Ciço”

E também de Frei Damião

Aqui fazemos questão

Das tradições mais seguras

E as coisas simples e puras

Manter a perseverança

Nossos mitos e costumes

Herdado dos ancestrais

Não esqueceremos jamais!!

Nem eu e nem a vizinhança

O que surgiu na lembrança

Tentei fazer o relato

Mostrei um pouco de fato

O que por mim foi vivido

Nessa terra que eu amo

Esse lugar virtuoso

Que é o Sitio Frutuoso

Meu Pé-De-Serra querido

Carlos Aires 10/03/2010

Carlos Aires
Enviado por Carlos Aires em 10/03/2010
Reeditado em 14/03/2010
Código do texto: T2130775
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