SAUDADES SERTANEJAS!!!

Publicado por: Carlos Aires
Data: 07/05/2010
Classificação de conteúdo: seguro

Créditos

AUTOR:CARLOS AIRES DECLAMADA POR:CARLOS AIRES FUNDO MUSICAL: ABOIO:VAVÁ MACHADO MUSICA: TRECHO DA MUSICA CAVALO BRANCO MESTRE ZÉ DO PIFE SONS: PÁSSAROS E ANIMAIS
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.

SAUDADES SERTANEJAS!!!

SAUDADES SERTANEJAS!!!

Quem ouvia o aboio do vaqueiro

Fazer eco na encosta lá da serra

O campina o canário da terra

Ou um galo cantando no poleiro

Um cachorro latindo no terreiro

O cantar da craúna e o azulão

O piar estridente do cancão

Desfrutava a maior felicidade

Hoje vive morando na cidade

Se lembrando da vida no sertão

Um jumento rinchando no cercado

Uma vaca leiteira no curral

Quem viveu nesse clima especial

Na metrópole se sente isolado

Não esquece o trabalhando no roçado

Nem de quando cuidava da ração

Jamais vai esquecer o seu torrão

Nem tirar do seu peito essa saudade

Hoje vive morando na cidade

Se lembrando da vida no sertão

Respirava um ar puro lá no mato

Diferente do ar aqui da praça

Onde cheiro de esgoto e de fumaça

Lhe agride os pulmões e o olfato

Obrigado a viver nesse mau trato

Enfrentando a cruel poluição

Se ora vive tristonho tem razão

De sonhar com aquela liberdade

Hoje vive morando na cidade

Se lembrando da vida no sertão

Não esquece a cabaça que outrora

Pro roçado levava cheia d’água

No seu peito acumula tanta magoa

Só pensando de um dia ir embora

Não se apega ao lugar aonde mora

Pois pra ele é pior que na prisão

O detento tem crime e ele não

Mas se sente detido atrás da grade

Hoje vive morando na cidade

Se lembrando da vida no sertão

Enfrentando transtorno e sofrimento

Pega ônibus, metrô, perua ou trem

A lembrança do sítio logo vem

Onde andava feliz no seu jumento

Se aflige com todo esse tormento

E só pensa encontrar a solução

Pra que volte outra vez pro seu rincão

E esse sonho virar realidade

Hoje vive morando na cidade

Se lembrando da vida no sertão

Mas o tempo cruel avança lento

A família distante ele sozinho

Da mulher falta o beijo e o carinho

Cada filho mão sai do pensamento

Lembra o chão ressequido e poeirento

E da seca infeliz sem compaixão

Mas queria voltar praquele chão

Para ser bem feliz, pois na verdade

Hoje vive morando na cidade

Se lembrando da vida no sertão

Carlos Aires 07/05/2010

Carlos Aires
Enviado por Carlos Aires em 07/05/2010
Reeditado em 20/06/2010
Código do texto: T2242705
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.