Nada é eterno
Tudo passa, todas as coisas possuem um fim,
Os anos de mocidade passam como raio riscando o céu.
A vida se encaminha como um rio que segue seu curso,
O tempo tem, o tempo vem, o tempo se vai... O tempo passou.
Eis me aqui neste emaranhado do tempo perdendo partes do meu eu.
Nem me dei conta onde se foram os elos perdidos, das ousadias ou das agonias.
Às vezes vou à procura de tudo, mas só acho lembranças e nada mais,
Que me corroem e me trazem saudades, porém me é suporte.
Hoje vivo o futuro, agora sou a colheita, a vida nos faz mudar.
Sou eu mesma? Tem momentos que não me reconheço.
Então volto pra sementeira, desejo plantar, ainda necessito construir.
Junto um fragmento daqui, falta uma lasca dali...
Mesmo que enlaço cacos fica o vazio de algum fato,
Porque o que se perdeu no caminho ficou pra trás,
É como caminho sem volta ou palavras ao vento.
Por isso, torna-se difícil me encontrar.
Então o que me resta é ser diferente.
Refazer-me por inteiro, caminhar em frente,
Outra pessoa renovada em mim mesma, mais forte e sensata.
A ocasião requer deixar as raízes na base, cuidar do broto e apanhar os frutos.
Mas sinto a ausência do que eu era, entretanto a essência fica na alma,
Da realidade de antigamente, dos amigos, dos meus entes queridos
Da minha alegria, das lidas de todo dia,
E que serão apenas meus registros preciosos.
Mesmo assim, insisto em encontrar meus pedaços...
Quando acho uma boa porção, simplesmente abraço.
