SERTANEJO DISTANTE DO SERTÃO!!!

Publicado por: Carlos Aires
Data: 21/04/2011
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AUTOR: CARLOS AIRES DECLAMADA POR: CARLOS AIRES FUNDO:violão solo (7)
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SERTANEJO DISTANTE DO SERTÃO!!!

SERTANEJO DISTANTE DO SERTÃO!!!

Sertanejo distante do sertão

É abelha perdida do cortiço

É romeiro sem ter mais Padim Ciço

É nordeste sem festa de são João

A tristeza lhe invade o coração

E dos rumos da vida perde o plano

Lá no fundo do peito o desengano

Cada dia que passa mais humilha

Pois se sente igualzinho a uma ilha

Retirada do rio ou do oceano!!!

O sertão para o sertanejo puro

Representa o cume da virtude

Tendo água comida e saúde

Vive bem satisfeito, está seguro

E nos planos que faz para o futuro

Jamais pensa em sair da região

Pois cuidando da sua plantação

Vive muito feliz em seu roçado

Sem inveja de quem é empregado

Pois prefere viver sem ter patrão!!!

As comidas de lá da terra nata

Pras que tem na cidade é diferente

É cuscuz com coalhada ou leite quente

Jerimum, macaxeira e batata

Sem ter banho de chuveiro, é na cascata

Que o matuto costuma se banhar

Candeeiro e a luz bela do luar

Iluminam o terreiro e a palhoça

Satisfeito vivendo lá na roça

Não reclama e não pensa em se mudar!!

Quando o ano é de seca é muito triste

Por sofrer a maior desolação

Sem ter água pro gado e nem ração

Mas o bom sertanejo ali persiste

Apegado na terra ainda insiste

Em ficar sem que vá para distante

Mas a seca feroz é tão constante

Que lhe expulsa do seu torrão querido

Pega a estrada, é mais um desiludido

Que virou andarilho, hoje é migrante!!

Ao sair do lugar que foi criado

Noutras plagas é tudo diferente

Se falar o “prumode” ou o “oxente!

É sem duvidas por todos censurado

Além disso, ainda é descriminado

Com escárnio chacota e com bravata

É matuto, Mané, cabeça chata

Ainda mais outros tipos de agravo

É por vezes tratado como escravo

Apanhando no lombo, de chibata!!

Se uma carta alguém vem lhe entregar

Os seus olhos deságuam ganham brilho

Com certeza é a mulher ou algum filho

Lhe dizendo papai pode voltar

Já choveu, começamos a plantar

Macaxera cará, milho e feijão

Bem depressa ele arruma o matulão

É capaz de chorar de tão contente

No primeiro transporte certamente

Ele embarca de volta pro sertão!!!

Carlos Aires 21/04/2011

Carlos Aires
Enviado por Carlos Aires em 21/04/2011
Reeditado em 21/04/2011
Código do texto: T2922105
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