Quando se esta na planície
Se deseja alcançar o cume
Mas a subida é íngreme
Longa e estreita…
Em cada passo o desfiladeiro
Se apresenta mais perigoso
Mais tenebroso
E se tem de embrenhar pelo interior
Sendo a procura incessante
As quedas são inevitáveis
As mágoas enormes
As desilusões acontecem
O amanhecer é ainda escuro
Apesar de já ser dia
E o Sol respira ilusão
Lá no cimo da montanha
Mas ainda não se avista…
Sei que esta lá, que me espera
Então eu choro, não pela dor
Mas por saber que me espera
E pretendo lá chegar
Uma brisa suave me invade
A esperança me ilumina
Mas ao segundo tempo
Uma queda, me olho…
Estou ferido, procuro me elevar
E a Deus me entrego em preces
E nova brisa me invade
Sinto a necessidade de voar
Para mais cedo lá chegar
Mas minhas asas são quebradas
Pela necessidade de me purificar
E ai volto a pecar…
E meu sonho deixa de se realizar
E volto a sonhar…
Continuo sem ver o Sol
Mas tenho uma certeza, ele está lá
Não duvido e procuro encontrar
Lanço o olhar, mas a vegetação e densa
Choro, riu, brinco, sofro, amo
Mas não encontro o perdão
Qual a razão?
A razão se chama purificação
De novo me deleito e retorno a partida
Sem saber que havia feito a descida
E tudo recomeça
Agora vou com mais pressa
E afasto o perigo, pois esta resolvido
Não mais temerei o perigo
Enfrentarei cada um com um sorriso
E no mais hábil passo de magia
Me encontro bem perto do cume
Mas não acredito, foi tão sábia aventura,
Mas tão dura…
Que espero ver o Sol e o cume
Que me esqueço de todo passado…
CAMAFECA
BOSTON UK, 25 03 2007