O Desejo da Sorte

O Desejo da Sorte

Hoje quando te lembrei, senti o vazio,

Fazes-me falta como companheiro na vida,

Dás razão ao sentimento que estremece o corpo,

A vida te deixou abandonado,

No meio de um mundo de terra quente,

Muito mar, dunas grandes, tanta cor,

Mas estou ausente.

Os dias revezam-se na glória e no tormento,

Meia culpa, sem sorte,

Num combate sem vencedor,

Contra um muro irreversível,

Qua faz de toda a vida um trote.

Acordei de um sono hidratante,

Meu versos não serão tão ásperos,

Minha luta amoleceu,

Sem vitória, nem desgraça,

Que quem faz o dia sou eu !

Olho para trás do ombro,

Onde sinto a tua sombra,

Não reajo às ideias que surgem na alma,

Endurecida, após tanto subir na montanha,

Não contei nenhuma façanha.

Nada de novo vi no horizonte,

Não fiz o dia, nem escrevi qualquer poema,

Não fiz o mundo, não contrariei a regra,

Desejei a sorte, quando deixei a tua terra!

Nenúfar 8/5/2011