DEFENDENDO O NORDESTE BRASILEIRO!

Publicado por: Carlos Aires
Data: 11/03/2012
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AUTOR: CARLOS AIRES DECLAMADA POR:CARLOS AIRES A VIOLA AO FUNDO É DO POETA REPENTISTA MEU AMIGO MANOEL DOMINGOS RAMOS DE CARPINA PE.
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DEFENDENDO O NORDESTE BRASILEIRO!

Na publicação anterior eu intitulei de "meu ultimo poema" mas, como poeta não costuma cumprir a palavra então retornei "defendendo o nordeste brasileiro" que ora publico em texto e áudio.

Carlos Aires

DEFENDENDO O NORDESTE BRASILEIRO!!

Sou igual a Leandro no cordel

Sou peleja de Pinto e Milanês

Sou o xaxado nos pés de Marines

Sou *Marinho o grande menestrel

Sou no mundo da glosa um bacharel

Sou de Deus simplesmente um mensageiro

Sou cantiga de Jacson do pandeiro

Sou prelunio na estrofe de Cancão

Sou matuto, sou filho do Sertão.

Defendendo o Nordeste brasileiro!

Sou a calha do rio Pajéu

Cujo leito só escorre poesia

Sou a polpa da doce melancia

Sou a acido contido no umbu

Sou o suco travoso do caju

Seriema a correr no tabuleiro

Sou poeta campônio e prazenteiro

Sou luar de uma noite de verão

Sou um grito em defesa do sertão

Defendendo o Nordeste brasileiro!

Sou Gonzaga cantando seu baião

Sou Lindu sou Cobrinha e Coroné

Sou rosário de coco catolé

Sou a sola que faz bota e gibão

Sou buchada de bode, sou pirão.

Sou a água barrenta do barreiro

Sou a raspa do pé de juazeiro

Sou o sol que provoca a sequidão

Sou caboclo das brenhas do sertão

Defendendo o Nordeste brasileiro!

Sou a fome que assola o sertanejo

Que enfraquece desola agride e mata

Sou a sede insolente que maltrata

Sou a brisa que traz o fresco arejo

Sou o eco, o ruído do trovejo.

Sou o lume do rude candeeiro

Sou a fruta vermelha do facheiro

Que pra o homem do campo é refeição

Sou matuto oriundo do sertão.

Defendendo o Nordeste brasileiro!

Sou folclore, sou mito, sou cultura.

Sou Saúba, sou Miro da Boneca.

Sou o Mestre Salu com a rabeca

J. Borges, com a xilogravura

Sou Gilvan da Burrinha essa figura,

Na ciranda, sou um João Limoeiro.

Mestre Siba, Solon Mamolengueiro

Sou Capiba, no frevo e na canção.

Ariano, falando do sertão.

Defendendo o Nordeste brasileiro!

Sou Baracho o Mestre da ciranda

Eu sou Lia lá de Itamaracá

Sou Caju e Castanha no ganzá

Ludugero com a trupe a qual comanda

Chico Science do mangue e sua banda

Sou Sivuca o grande sanfoneiro

Zé da Luz que incluiu no seu roteiro

Toda essência de sua inspiração

Sou um brado que ecoa no Sertão

Defendendo o Nordeste brasileiro!

Sou o barro nas mãos de Vitalino

Dando vida as suas criações

Sou os shows com os quais Ivan Bulhões

Animava o período natalino

Assim como no folguedo Junino

Ou nas festas de um santo Padroeiro.

Sou a saga de Antonio Conselheiro

Represento o Cangaço e Lampião

Sou a alma do povo do Sertão

Defendendo o Nordeste brasileiro!

Já pensei em parar o meu versejo

E até fiz o meu ultimo poema

Mas, daí começou o meu dilema.

Pra voltar a versar senti desejo

Resolvi atender o meu almejo

Já estou cultivando esse celeiro

Ninguém cala um poeta alvissareiro

Eu tentei me calar, mas foi em vão.

Contínuo a cantar o meu Sertão

Defendendo o Nordeste brasileiro!

Carlos Aires 11/03/2011

*Referencia ao grande poeta Antonio Marinho “A Águia do Sertão”