O TRISTE FIM DE UM ROMANCE DE AMOR!!!

O TRISTE FIM DE UM ROMANCE DE AMOR!!!

O TRISTE FIM DE UM ROMANCE DE AMOR!!!

A vida às vezes reserva

Surpresas desagradáveis

Que nos leva ao desencanto

Deixa-nos tão vulneráveis

Que os momentos de doçura

Transformam-se em amargura

E a alegria em tristeza

Baseado nesse lance

Vou descrever o romance

Entre José e Tereza

Ambos moravam na vila

Modesta, de pescadores

Nada tinham de riqueza

Porém lhes sobrava amores

Afeto forte e perfeito

Que os dois guardavam no peito

Desses eternos e infindos

Dentro do reino animal

O amor desse casal

Talvez fosse um dos mais lindos

Em seu mundo de ternura

Trocavam beijos, carinhos

Que todos os comparavam

Com um casal de pombinhos

Suas vidas se resumem

Só em amor, sem ciúmes

Sem brigas nem discussão

Leal fiel e potente

Se alimentavam somente

Da seiva dessa paixão

Assim José e Tereza

Viviam num mar de rosas

Na vida árdua e simplória

Mas de formas primorosas

Passavam belos momentos

Vivendo esses sentimentos

De tanta felicidade

Porém o cruel destino

Deixou-a em desatino

Depois duma tempestade

À tardinha José ia

Pro mar no seu barco a vela

A busca do seu sustento

Antes dava um beijo nela

Um abraço apaixonado

Dizia: anjo adorado

Fica em paz, descansa amor!

Eu vou cumprir minha sina

Enfrentar bruma e neblina,

É a vida de pescador

Ali Tereza ficava

Com um lencinho acenando

E só voltava pra casa

Naquele momento quando

O véu da noite caia

Que ela olhava e não via

Mais aquela embarcação

Se afogava no desgosto

O pranto molhava o rosto

Numa profunda aflição

As longas horas passavam

Ela naquele abandono

Sem dormir preocupada

Não conseguia ter sono

Olhava pela janela

Contemplava a lua bela

Passava a noite entretida

Pensando no seu marido

O seu amor tão querido

A razão da sua vida

No final da madrugada

Ela corria pro cais

Tava louca de saudade

Já não aguentava mais

Pensando fazendo plano

Olhava pro oceano

Rezando, fazendo fé

Sossegava o coração

Quando a olhar pra imensidão

Via o barco de José

E quando ele aportava

Ali mesmo acontecia

Aquela cena esperada

Que sempre se repetia

Os dois cheios de desejos

Trocava abraços e beijos

Sem que houvesse timidez

Passava o dia se amando

Quando a noite ia chegando

José zarpava outra vez

E assim aquela rotina

Já se tornou costumeira

José pescava e vendia

Todo pescado na feira

Depois pra casa seguia

Era tudo que queria

Para poder descansar

De maneira sossegada

Nos braços da sua amada

Ia dormir e sonhar

Tudo que é bom dura pouco

Já diz o velho ditado

E aquele amor tão bonito

Estava predestinado

A sofrer um golpe forte

Porque as rédeas da morte

Quem conduz é o destino

Que vem sem ressentimento

E de modo violento

Dá o seu corte assassino

Um dia José saiu

Como costumeiramente

Singrou o mar no seu barco

Quando no céu de repente

Formou-se uma tempestade

Que caiu sem piedade

Com ventos fortes demais

No furor dessa procela

Aquele barquinho a vela

Não retornou nunca mais

Foi a pique certamente

Quando entrou em desalinhos

Com a bravura das ondas

Fazendo rodamoinhos

Causando efeitos medonhos

Aquela vida de sonhos

De repente foi ceifada

E aquele amor latejante

Findava naquele instante

De maneira inesperada

Veio o dia e como sempre

Tereza foi esperar

Nasceu o sol radiante

José nada de chegar

Ela olhava pro vazio

Soprava-lhe um vento frio

No rosto a lhe perturbar

Como quem lhe segredava

Que seu amor não voltava

Nunca mais daquele mar

Ela já desesperada

Olhando para o além

Diz: se meu amor morreu

Eu quero morrer também.

Passaram-se dias e dias

Sem que houvesse calmarias

Naquele seu coração

Foi aos poucos definhando

A dor foi lhe acabrunhando

Morreu de desilusão

Lá no éden certamente

Ora já estão lado a lado

Pois Deus não vai separar

Um casal apaixonado

Que teve um viver tão belo

De desfazer esse elo

A morte não foi capaz

E assim José e Tereza

Juntos estão com certeza

No céu, em eterna paz.

Carlos Aires 08/08/2011