Inquieta Noite.

 
Já é tarde eu sei…
Qual silêncio que aconchega a minha mente,
Em pensamentos que assaltam a madrugada,
Qualquer desejo... inquieto, escuso, silente...
 
O sono não vem...
E o desejo de tomar um café me chama.
E talvez com isso, me veja mais distante da cama,
Que nem sonha em abrigar-me nesta noite estranha...
 
Minha inspiração...
Essa flui como nascente que percorre em correntes,
De águas quentes e ferventes, pelo teu amado nome,
Que me consome que me devora agora e a toda hora...
 
Nas letras que escrevo...
Tua imagem estigmatizada se revela à luz de uma vela,
Projetando-se na parede cor de rosa trêmula e licorosa,
Inebriando os meus versos já tão encharcados e imersos...
 
Imersos de ti...
Qual oceano infinito e revolto, salgado, denso, amorfo
Agora, sem ilhas, sem praias, em milhas que me perdi,
Navegando sem cansaço, por encontrar o teu abraço...
 
Teu abraço amado...
Quente, apertado, envolvente, remédio perfeito prá mim,
Que ando tão carente, sensível, desejoso de escutar um sim,
Vindo escondido no vento da madrugada trazendo-te prá mim...
 
Onde o tempo determina...
Minhas lágrimas, minha sina, de esperar-te nos meus sonhos,
Em lamentos que agora exponho em meus versos tristonhos,
Despidos de amor e serenatas, despencados em suas cascatas...
 
Que terminam na madrugada...
Numa panacéia com forma feminina, agora termina e se acaba,
Qual ampulheta que se deixou esvair até o último grão de solidão,
Desfeitos pelo Sol nascente que impetuoso mata-me eternamente...  


RAGAZZO