À deriva em alta noite, o marujo,
As ondas empurram, águas agitadas,
O rum na tempestade o distrai
Longe da calmaria em outras águas.
A alma que o acompanha lhe sussurra
Orações calmas dos antepassados
Lembra-lhe de Jonas cochilando
Também sobre mares revoltados...
Ah! Quisesses ser a minha cachalote
Dar-te-ia em tua boca meu destino
E dentro de teu corpo aqueceria
A alma, cá em mim, em desatino!
Nem tudo que se observa é amado;
Nem toda oração do peito germina,
A Escritura guardada entre os lábios
Por entre os próprios lábios termina.
O espírito que o acompanha se afasta
Como um vulto, nas ondas se desfaz...
Vai-se o rum e aquela tempestade,
Vai-se o barco... resta a voz do rapaz
Ah! Quisesses ser a minha cachalote
Dar-te-ia em tua boca meu destino
E dentro de teu corpo aqueceria
A alma, cá em mim, em desatino!
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