INVASORA

Oi, se moço!

Dá licença, me apresentar...

Eu sou essa que te enxerga

Muito além de um olhar.

Cada dia cê me vem,

Com um detalhe a aumentar,

Do tantão que é você,

Do que também quero encontrar.

No falseio dos teus olhos,

Consegui me enfiar.

Escorreguei num universo

E não quero mais voltar...

É tão lindo o teu mistério,

Que fiz dele, o meu lugar.

Vou e volto toda hora,

Nem consigo disfarçar...

Passeando em você,

Ó com quê fui deparar!!!

Muito amor, tipo vulcão!

É assim, de arrepiar!

Viu no fundo do teu peito,

Forte luz a me chamar.

Fiquei, assim, meio sem jeito,

Mas fui lá, investigar.

Quanto mais chegava perto,

Mais o brilho a me ofuscar...

Cerrei os olhos; prossegui.

Fui à chama, examinar.

Claridade que não queima,

É a luz do teu altar.

Você é joia que só brilha

Pra quem sabe te enxergar.

Como é lindo, ó seu moço!

Te invadir, desalinhar...

Tuas certezas arretadas,

Pouco a pouco derrubar...

Percorrendo teus caminhos,

Muitas lágrimas eu achei.

Vi também alguns vales...

Em saudades, tropecei...

Alguns cacos, folhas mortas...

Beijos vãos eu empurrei...

Muita história pude ler...

Com algumas, eu fiquei...

Distraída na excursão,

De repente... congelei!!!...

Uma imagem em ascensão...

De quem era... eu não sei...

Ao chegar bem de pertinho,

Veio logo a solução.

Descobri por que eu quis

Conhecer teu coração.

Eu estava bem ali...

Adornada... sedutora...

Atraída por você!...

Traída... e invasora...