Clico, pressiono e deslizo e tudo mira o arquivo
todo em branco do aplicativo; e um teclado vivo
que pula na tela instantaneamente, sem convite,
a fim de que o poeta cumpra o que fez prometido:
escrever o verso do cotidiano deste tempo sombrio
que passou a rasteira no homem e chegou sem aviso.
Vejo a multidão cibernética de antis issos e aquilos
e ouço os ocos do martelo e a sentença dos destinos.
No granito da manhã há uma pérola cinza escondida
entre o limite do morro e do cruzeiro que o identifica.
Higienizo as mãos, todavia é a alma que está poluída
na solidão decretada pelo vírus que mata mil por dia.