ANTIDIÁRIOS DE JUNHO XIV

São de tons de chumbo a encruzilhada suspensa do dia cinza

a partir do entorno perolado contido na lâmina bege da linha

obsidiana da nuvem que por entre todos os lugares transita

ejetada das vísceras do vento — e do uivo das suas turbinas.

Tudo parece esta fumaça invisível e que adiante se afunila

no desejo de que a tarde seja uma boa anfitriã da alizarina

que dividirá o breu das dezessete que ainda não se aproxima.

O morro oliva se espalha e distribui o seu cheiro de clorofila

sobre os vitrais translúcidos das horas que têm outras teorias

— logo depois que o vírus lhes devorou a lógica sem assepsia.

A madrugada é recente no agora deste sonho que se realiza:

o de vadiar quase leve no espaço de lá para cá da pandemia.