São poucas as vezes em que estive presente em mim mesmo,
bem perto do meu olhar atento nas sequências que tremem
no cotidiano escuso dos escanteios da saleta e das saliências
do ladrilho que alcaguetam o som de uma identidade alheia.
Paira no desfiladeiro da manhã vários furta-cores de cinzas
e pretos e brancos gelo e grafites e aquele quartzo esquisito
do tipo turquesa e estendido na rede trançada dos infinitos
que a sua ausência escancara nos vãos dos meus labirintos.
Há um chalé alto do meu pensamento suspenso do paraíso
entre os espamos deste pastel fundo da ferrugem no istmo
que divide os abóboras intensos do ameixa ao amarelinho.
— O ocaso reina na penumbra âmbar das dezessete e cinco.