Nada mais

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Abro a janela

Vejo tanta coisa

Que não quero ver...

O tempo que passa

A dor que repassa

Meus momentos vãos.

 

Sento no escuro

Me vem a lembrança

De um olhar perdido

De sonho sentido

Do riso que se esvai.

 

 

Nada mais nas mãos

onde a tarde espreita

e descansa a noite

de insones presságios.

 

Nada mais que a nuvem

De cores fagueiras

Nada mais que a lágrima

Mais triste que senti.

Nada...

Só me resta o silêncio

E o eco aflito

De tuas palavras...

 

Acabou-se o sonho

Foi-se embora a luz

De minha primavera

Só me resta a cinza

Só me resta o lastro

E sobreviver.