3- ESSA TAL DE AGRICULTURA NADA HOJE DELA PRESTA (MOTE) - CASOS E COUSAS SERTANEJAS - JOACA ROLIM
I
Vou falar sobre a vida Do pobre do agricultor Como ele é sofredor Morrendo nesta tal lida Vendo a roça perdida Lá dentro de uma floresta Só sofrimento lhe resta Desprezo e amargura Essa tal de agricultura Nada hoje dela presta
II
O que planta não dá nada Milho arroz e feijão Espera pelo algodão Vem em junho a tal geada Faz cair a caçulada E a futura safra não presta Não lhe sobre nada desta Só sofrimento e tortura Essa tal de agricultura Nada hoje dela presta
III
Vai para banco falar Algum dinheiro arranjar No momento é uma canja Danado é para pagar E o banco manda chamar Corre pensando que é festa Porém se torna em malesta Lá no banco desconjura Essa tal de agricultura Nada hoje dela presta
IV
Todos vão fazer a carteira Bota no prego o que tem E que agora vai bem Aprumou sua carreira Entra em toda bebedeira Que a vida boa é esta Não perde mais uma festa Tudo pra ele é doçura Essa tal de agricultura Nada hoje dela presta
V
Depois o banco avisa Sua conta não esqueça Ele então coça a cabeça E fica rasgando a camisa E o banco diz que precisa Ou seu contrato protesta Ele passa a mão na testa Já no ponto de loucura Essa tal de agricultura Nada hoje dela presta
VI
Porém dizer a verdade Nunca merece castigo Eu digo a todo amigo Que é uma infelicidade Ver logo a realidade E o tal dinheiro detesta Tendo sua vida honesta Fala com a verdade pura Essa tal de agricultura Nada hoje dela presta
JOACA ROLIM
Enviado por Félix Rolim em 09/01/2021
Reeditado em 09/01/2021
Código do texto: T7156125
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Sobre o autor
Félix Rolim
Salvador - Bahia - Brasil, 56 anos
32 textos (365 leituras) 3 áudios (33 audições)
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