A 1030_Cordel 22 (em décimas) - Elvira Pinho

Publicado por: Moreira Lopes
Data: 16/06/2021
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Créditos

A 1030_Cordel 22 (em décimas) - Elvira Pinho Autor, narrador e produtor: Moreira Lopes

Cordel 22 (em décimas) -> Elvira Pinho - Completo

Cordel 22 (em décimas) -> Elvira Pinho - Completo

Autor: Dedé Lopes (Moreira Lopes) - Membro da UBT-Maranguape, Acadêmico Titular da ACLA e ALJUG.

Elvira Pinho (Décimas)

Elvira Pinho nasceu

na Maranguape querida

a cidade da partida

de seu bom pai que sofreu

um mal súbito e morreu.

a sua tia Maria

que em Fortaleza vivia

mandou buscá-la ligeiro

com um amor verdadeiro

pra morar em harmonia.

Elvira foi professora

Primária em Fortaleza

com desempenho beleza

que a fez Membro do Conselho

de Instrução Pública, espelho

de todo professorado

e da Capital do Estado.

Elvira foi Diretora

da Escola Normal, autora

de plano valorizado.

Elvira foi professora

Primária em Fortaleza

com desempenho beleza

que a fez membro portadora

e uma importante emissora

do Conselho de Instrução

da Capital, pela ação

da mulher que não se esquiva

e mostra-se bem ativa

com plano valorizado.

Música lecionou

na bela Escola Normal

Pedro Segundo, que aval

e nessa Escola chegou

a Diretora e somou

talento de pianista

e de abolicionista,

na capital cearense

a forte maranguapense

com ação determinista.

Pela causa social

teve forte atuação

socorrendo com ação

inovadora e legal

ao flagelado rural

da seca braba e inclemente,

“seca do quinze*” latente.

Daí ser considerada

“Mãe” dessa caboclada

Por tratá-los docemente.

Elvira foi inovadora

dos costumes recatados

e intransigentes passados

com ação ampliadora

e bem desafiadora

do proceder feminino

que mandava o figurino.

Alargando os horizontes

das mulheres sem confrontes

sem cometer desatino.

Elvira foi Secretária

da nobre Sociedade

das Senhoras da cidade

“Libertadoras”, pária

do movimento e plenária

Pró-abolicionista

cheinho de articulista

para os negros libertar

da chaga de escravizar

no Estado da pianista.

Deu lição de caridade,

de trabalho social,

patriotismo, afinal,

os seus gestos de bondade

em Fortaleza, a cidade,

tida por “Terra da luz”

pelo feito que traduz

ações para libertar

os negros no Ceará

e acabar com essa cruz.

Elvira foi nomeada

pra música ministrar

na Escola Normal buscar

talentos e organizar

músicos para solar,

cantar e desenvolver

E a divina arte reger.

Com jovens bem motivados

E por Elvira formados

Para novo alvorecer.

Pianista virtuosa

Elvira ensinou ano a ano

em sua casa piano

de forma bem amorosa

Fundou escola briosa

Seu “Recreio Musical”

Curso muito especial,

local onde organizou

uma orquestra que tocou

nas noites da capital.

Com oitenta e seis de idade

Elvira participou

e muito bem liderou

as passeatas nas ruas:

“donas de casas”, não peruas,

contra preços abusivos

embora proibitivos

na querida Fortaleza

a cidade que é beleza

cheia de predicativos.

Teve reconhecimento

Popular por animar

e esforços bem empenhar,

o que lhe deu novo alento

e muito agradecimento.

sua luta derradeira

marcou esta brasileira

brava abolicionista

e exímia pianista

e verdadeira guerreira.

Quando do seu passamento

após breve enfermidade

teve Deus piedade

findando seu sofrimento.

Foram ao sepultamento.

O povo por quem Elvira

Tanto batalhara mira

T corpo e faz homenagem

Por toda sua coragem

E ao final ouviu-se a lira.

Fim

Maranguape, CE, em 13.02.2004.

Revisado em 11.07.2020 para 2ª edição.

Dedé Lopes (Moreira Lopes)

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Moreira Lopes
Enviado por Moreira Lopes em 30/01/2021
Código do texto: T7172581
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