O NÓ
 
O nó estava apertado,
doía feito um diabo
chegando a me machucar.
E eu insistia, assim mesmo,
em andar com ele no peito
na ilusão ou burrice
que esse danado do nó,
um dia, talvez, fosse se alargar.
O tempo foi passando
e nada desse nó larguear.
Ao contrário de minha crendice,
cada vez mais insistia em apertar.
Foi apertando, apertando tanto
que, depois de um tempo,
não me deixava nem respirar.
Mas mesmo naquele sufoco,
eu continuava a acreditar
que aquele estorvo de nó
cederia sem esforço
e ficaria fácil de desamarrar.
Quanta ilusão a minha!
Quanto mais eu insistia,
mais ele apertava,
mais a alma doía
mais as lágrimas desciam
por causa de minha teimosia
dele não me livrar.
Jeito, claro, existia.
Só que no fundo,
eu não queria.
Porém, ninguém nesta vida
é capaz de sorrir ou sentir prazer
quando algo está a lhe doer.
A solução, então, era me livrar do nó,
causador de tão grande suplício
Coração disparado, alma na boca,
sentimentos agitados, coragem nas mãos
lá se foi ele, para o alívio de minha alma
e descanso de meu coração.
Rosa Berg